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Exigida demissão de líder católico da Austrália após escândalo de abusos sexuais

Vítimas de abusos sexuais por parte do clero na Austrália e os seus apoiantes apelaram hoje à demissão de um líder da Igreja católica, dizendo que não basta o pedido de desculpas.

O arcebispo de Sidney, o cardeal George Pell, apresentou-se, na segunda-feira,  diante de uma comissão de inquérito governamental aos abusos sexuais de  menores, do estado australiano de Victoria. 

"Lamento profundamente", afirmou Pell, que referiu que nunca escondeu  quaisquer alegações contra si próprio e que foram seguidos os protocolos  para lidar com os casos de abusos sexuais. 

Stephen Woods, que foi vítima de abusos sexuais por parte de um padre  pedófilo, disse estar surpreendido com as declarações de Pell, de que agiu  em nome do interesse das vítimas. 

"Ele precisa de se demitir. A sua era chegou ao fim", frisou. 

Helen Last, da organização "In Good Faith", defendeu que Pell deverá  ser afastado do cargo, já que admitiu que a Igreja encobriu crimes de modo  a proteger a sua reputação. 

O cardeal foi a última pessoa a ser ouvida no âmbito da comissão de  inquérito daquele estado (no sudoeste) sobre o abuso sexual de menores por  elementos de organizações não-governamentais e religiosas. 

Pell é um dos oito cardinais escolhidos pelo papa Francisco para o aconselhar  sobre um projeto de revisão da Constituição da Cúria Romana (o governo da  Igreja), integrando um conselho consultivo. 

O parlamento de Victoria começou a investigar, no ano passado, os casos  de abusos sexuais cometidos no seio de diversas organizações, incluindo  religiosas, enquanto uma comissão governamental investiga estes crimes a  nível nacional. 

A Igreja Católica admitiu, em setembro, cerca de 620 casos de abusos  sexuais contra menores cometidos por sacerdotes na Austrália desde a década  de 1930.

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