A depressão Martinho provocou estragos de Norte a Sul de Portugal. Arrancou telhados, partiu vidros, fez cair árvores em cima de carros, muros, estabelecimentos comerciais e habitações. Mas, e agora, quem paga os estragos? A jurista da DECO Susana Correia explica que tem de ser avaliado caso a caso, contudo, adianta que há alguns seguros que protegem os lesados.
Em primeiro lugar, é preciso avaliar se quem teve danos tem seguro. A análise tem de ser feita "caso a caso", explica.
No caso de danos em habitações, em que haverá um seguro multirriscos, é preciso verificar se a apólice inclui tempestades e inundações. A jurista acrescenta que há também quem tenha seguro de responsabilidade civil, que dá para acionar, por exemplo, se "uma portada de sua casa danificou a casa do vizinho".
Em relação aos automóveis, a realidade é "bastante diferente": sem a contratação de seguros contra todos os riscos "não há seguradora a acionar".
Em algumas situações, as autarquias, que têm de "zelar pelo património do município", podem ser responsabilizadas se se provar que não zelaram pelo "bom estado do equipamento ou de uma árvore", explica Susana Correia. Contudo, são situações que "não são fáceis" de provar.
"Cabe aos consumidores contactar os serviços de apoio para saber se podem beneficiar", acrescenta a responsável.
As regiões Centro e de Lisboa e Vale do Tejo foram as mais afetadas. A depressão Martinho provocou milhares de ocorrências. A maioria foi queda de árvores e de estruturas, sobretudo na madrugada de quinta-feira.
Estradas, portos, linhas ferroviárias, espaços públicos, habitações, equipamentos desportivos, viaturas e serviços de energia e água foram afetados.