Parte do muro ruiu quando foi atingido pela árvore de grandes dimensões. Cinco carros foram atingidos, quatro ficaram esmagados perto de Campo de Ourique, em Lisboa. Só 15 horas depois é que os bombeiros conseguiram chegar.
“Esta é uma das ocorrências dentro de cerca de 400 que tivemos de um momento para o outro e por ordem de prioridades tivemos de dar primazia a isso”, explica Jorge Santos de sapadores de Lisboa.
Mais ou menos à mesma hora em que a árvore e o muro caíam no Cabo da Roca, ainda na área de Lisboa, eram registadas rajadas de vento de 169 quilómetros por hora.
Não admira que este complexo de restaurantes em Cascais, virado para o mar, tenha ficado com as árvores quase todas no chão. Tombaram umas a seguir às outras. Aconteceu em vários pontos da vila de Cascais.
O vento foi de tal ordem que levantou e virou três avionetas no aeródromo de Tires.
“Temos duas aeronaves com cerca de uma tonelada e uma terceira aeronave com cerca de duas toneladas. Além de estarem aqui parqueadas estavam, e estão, presas com cabos a umas argolas que estão, também, no chão”, diz Diana Dias, administradora executiva da “Cascais dinâmica”
Duas pertencem a uma escola, a outra a um privado. Estão a ser avaliadas para perceber se podem ou não voltar a voar.
A proteção civil recebeu mais de oito mil pedidos de ajuda no país. Mais de cinco mil na região de Lisboa que foi a mais afetada. Com obras feitas recentemente, a cobertura de uma escola em Odivelas voou para a estrada e danificou carros. No interior não há danos. 200 alunos ficaram sem aulas e ainda não sabem quando podem regressar.
Também na Lourinhã, a preocupação dos moradores está na chuva. O vento levou o telhado de cinco casas, deixando pelo menos 13 pessoas desalojadas que, entretanto, já puderam voltar.
Desfeita ficou também a cobertura da bancada do estádio do Rio Ave, em Vila do Conde. O mesmo aconteceu em Oliveira do Hospital na associação desportiva Nogueirense. O vento forte arrancou a estrutura do betão.
“A bancada começou a querer levantar e num espaço de segundos só vimos um dos pilares a partir e a bancada toda a levantar e a virar para o lado da estrada”, relata Márcio Henriques, presidente da associação Nogueirense.
Durante a noite o país ficou com um sem número de árvores caídas. Cortaram estradas e linhas do comboio. Na linha de Cascais, em Paço de Arcos, uma árvore empurrou a catenária para cima da composição. O maquinista ficou ferido, uma mulher foi atingida por uma árvore, em Sintra, e está com prognóstico muito reservado.
Ao todo, o temporal fez oito feridos.