Meteorologia

Onda de calor: "Temos de nos habituar a viver extremos desagradáveis"

Carlos da Câmara, climatologista da Faculdade de Ciências Universidade de Lisboa, explicou, em entrevista à SIC Notícias, as ondas de calor que estão a atingir a Europa, a América do Norte e a Ásia.

SIC Notícias

O climatologista da Faculdade de Ciências Universidade de Lisboa, Carlos da Câmara, alertou que o El Ninho está na sua fase inicial, mas espera-se que atinja “a sua plenitude nos dos finais do inverno”.

O que também é de esperar são os "fenómenos ainda mais extremos do que aqueles que estamos habituados”, referiu o climatologista.

Carlos da Câmara explicou, ainda, que estes fenómenos derivam de um “efeito cumulativo”.

“Agora estamos a sentir os efeitos de algo que começa na Revolução Industrial. Algo que vem do século XVIII”.

Contudo, o climatologista acredita que vai ser complicado reduzir estes fenómenos.

É necessária “uma conjugação de esforços e sabemos que isso é extremamente complicado”

E por isso, o especialista alertou também para que é necessário haver uma habituação “para viver com extremos que são extremamente desagradáveis”.

"Vão estar na origina de vagas de calor que matam e de incêndios florestais ou rurais que fazem inúmeros prejuízos”, acrescentou.

Apesar de Portugal não estar a enfrentar a onda de calor, Carlos da Câmara disse que foi “por sorte”.

“Tivemos sorte desta vez, mas estou convencido que vamos ter, certamente, uma vaga de calor a bater-nos à porta com elevada probabilidade”, concluiu.

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