O candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane pediu para o povo continuar na rua, convocando oito dias de contestação eleitoral, a partir desta quarta-feira e até dia 11 de dezembro.
Apela à paralisação da circulação automóvel das 08:00 às 15:30 (hora local) e a suspensão total dos voos de e para Moçambique.
“Não vamos ter festas [Natal e passagem de ano] em Moçambique antes de resolvermos o problema do nosso país. (...) Não há festas felizes quando um povo está triste, assassinado, violado, preso e com os seus direitos fundamentais violados. Queremos solicitar que, durante esta semana, se suspendessem os voos de e para Moçambique”, apelou.
Venâncio Mondlane tem sido o rosto da contestação dos resultados das Presidenciais de outubro e promete continuar com os protestos até que seja reposta a "verdade eleitoral".
As manifestações lançaram o caos na capital, Maputo. Pelo menos 67 pessoas morreram e outras 210 foram baleadas num mês de protestos, desde 21 de outubro.
Na semana passada, uma jovem foi atropelada por militares, quando protestava no centro da avenida Eduardo Mondlane. O episódio provocou a ira dos manifestantes, que até então estavam apenas a cortar a circulação automóvel em praticamente todas as artérias centrais de Maputo. À passagem de qualquer viatura policial, incluindo blindados, os manifestantes respondem com o arremesso de pedras e paus.