A situação em Moçambique continua muita tensa depois das eleições. As forças de segurança reforçaram a presença em pontos estratégicos da cidade de Maputo. O candidato derrotado, Venâncio Mondlane, mantém as acusações de fraude eleitoral e anunciou mais uma vaga de protestos, com manifestações nos portos, fronteiras e capitais provinciais.
Esta quarta-feira amanheceu serena em Maputo. O receio de mais conflitos refreou o frenesim diário da cidade, mas a pouco e pouco o comércio foi abrindo portas, apesar de ser evidente o reforço policial e militar nalguns bairros, como relata a agência Lusa.
De 13 a 15 de novembro, cumpre-se a quarta fase de protestos anunciada por Venâncio Mondlane.
O candidato presidencial voltou a dirigir-se aos moçambicanos apelando à mobilização de Norte a Sul do país, alegando que o objetivo não é fazer um golpe de Estado.
Para quem o acusa de estar a promover o enfraquecimento da economia, Mondlane tem resposta pronta.
Crises pós-eleitorais transformaram-se num "problema crónico" em Moçambique
Depois do anúncio dos resultados eleitorais, a população reagiu nas ruas e os confrontos com as forças de segurança duraram dias a fio. Na quinta-feira passada, realizou-se um dos maiores protestos contra a Frelimo.
A ONG moçambicana Plataforma Eleitoral Decide, afirma que, nesse dia, pelo menos cinco pessoas morreram, 38 foram baleadas e 164 detidas.
Hilário Dina foi uma das vítimas mortais dessa manifestação.
Apesar das consequências, nem todos aceitam os resultados eleitorais que deram de novo maioria à Frelimo, que governa Moçambique desde 1975.
A tensão está no ar. Moçambique vive dias de luto, incerteza e medo.