O Governo moçambicano regressa hoje à Assembleia da República para responder a perguntas dos deputados sobre a violência na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, e a estratégia de combate à pandemia de covid-19.
A sessão de perguntas e respostas entre o executivo moçambicano e os 250 deputados do parlamento começou na quarta-feira, estando o dia de hoje reservado a "perguntas de insistência" dos deputados e respostas por parte dos membros do Governo.
Na quarta-feira, a bancada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder e com maioria 184 deputados, questionou ao executivo sobre "as ações em curso, visando prestar assistência humanitária às populações das zonas afetadas e aos deslocados" pela violência armada em Cabo Delgado.
A Frelimo quis também saber do ponto de situação das aulas presenciais nas escolas, após um interregno de vários meses devido à pandemia de covid-19.
A bancada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, com 60 assentos, perguntou ao executivo sobre o programa de construção de infraestruturas de prevenção de covid-19 nas escolas, desenhado para permitir um regresso em segurança às aulas.
A Renamo também indagou o executivo sobre a estratégia de combate aos raptos que têm assolado algumas cidades moçambicanas nos últimos meses.
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido, com seis deputados, pretende saber "como é que o Governo concilia a defesa da integridade territorial e a proteção das populações" em Cabo Delgado e a estratégia de combate à criminalidade no país.
A violência armada em Cabo Delgado dura há três anos e está a provocar uma crise humanitária com cerca de 2.000 mortes e 435.000 pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos suficientes - concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
Moçambique contabiliza 119 mortes devido a covid-19 e 14.629 casos positivos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.339.130 mortos resultantes de mais de 55,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.