Violência em Moçambique

Ataque jihadista no norte de Moçambique terá acontecido em abril

Mas as incursões dos radicais islâmicos continuam na província de Cabo Delgado.

O governador da província moçambicana de Cabo Delgado desmentiu as notícias que davam conta que o massacre tinha acontecido na última semana.

O rapto e a decapitação de 50 pessoas por islâmicos radicais em Moçambique aconteceu em abril, segundo disse Valige Tauabo ao jornal O País a 12 de novembro.

“O massacre de 53 jovens ocorreu em Abril, no dia 06. É isso que está na memória da província como sendo um dos massacres mais acentuados nas incursões desses terroristas”, esclareceu o governador de Cabo Delgado.

O governador acrescentou que tal aconteceu na aldeia de Muatide, distrito de Muidumbe, depois de "as vítimas terem oferecido resistência de ingressar nas fileiras do grupo armado”.

A informação do ataque tinha sido avançada por órgãos de comunicação social nacionais e internacionais e o ataque chegou a ser condenado pelo secretário Geral das Nações Unidas e pela União Europeia.

Segundo as autoridades moçambicanas este foi um dos maiores incidentes no país, mas as incursões dos radicais islâmicos continuam.

Guterres condena massacres em Moçambique e exige investigação

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na quarta-feira estar "chocado" com os "recentes relatos de massacres perpetrados por grupos armados não estatais em várias aldeias na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, incluindo a decapitação e rapto de mulheres e crianças".

Sem indicar números, Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, disse à agência Lusa que há "informações de fontes no terreno" que são consideradas "fiáveis", e apontam para um elevado número de mortes.

UE vai "redobrar esforços" para combater terrorismo em Moçambique

O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros anunciou quarta-feira que Bruxelas vai "redobrar os esforços" para apoiar a segurança em Moçambique.

"Grupos terroristas a criarem raízes em qualquer parte do mundo deixa-nos a todos expostos. A UE vai redobrar os esforços para apoiar Moçambique em regiões importantes de segurança e de estabilidade", escreveu Josep Borrell na rede social Twitter, denunciado que "mais de 50 pessoas" morreram na sequência de "ataque horrífico" no país.

Vários órgãos de comunicação social locais e também internacionais, como, por exemplo, a BBC e o The New York Times, relataram vários massacres que ocorreram nos últimos dias em Cabo Delgado, no Norte de Moçambique.

Estas fontes relataram decapitações de mais de 50 pessoas perpetradas por elementos de grupos extremistas islâmicos, que alegadamente pertencem ao Daesh.

Commonwealth condena massacres e disponibiliza apoio

Este ataque também foi denunciado pela Commonwealth, que pediu uma investigação.

Em comunicado a organização disse que "está pronta para fornecer todo o apoio" que puder a Moçambique para combater o "extremismo violento".

"Os ataques e relatos de sequestros de mulheres, jovens e crianças são uma afronta aos princípios fundamentais dos direitos humanos. A Commonwealth e todos os Estados-membros solidarizam-se com as pessoas afetadas e suas famílias", lê-se ainda no documento.

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