TAP: o futuro e as polémicas

TAP deverá ser privatizada no primeiro semestre de 2024

O secretário de Estado das Finanças disse que a venda é "viável" nos primeiros seis meses do próximo ano, garantindo transparência com os contribuintes. O valor continua em segredo, assim como a percentagem da empresa a privatizar, mas na mira poderá estar um comprador português.

Armando Franca

SIC Notícias

A TAP deverá ser vendida no primeiro semestre do próximo ano, admitiu o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios.

João Nuno Mendes diz que o objetivo do Governo é concluir a privatização nos primeiros seis meses de 2024.

"Quem compra a TAP tem de ter capacidade para reforçar e fazer crescer (...). O Conselho de Ministros decedirá quem são os investidores ilegíveis. Diria que durante o primeiro semestre de 2024 será viável", afirma.

O valor continua em segredo, assim como a percentagem da empresa a privatizar. Pelo menos três grupos internacionais já demonstraram publicamente interesse na compra da TAP. Além disso, na mira poderá estar um comprador português.

O Governo explica que terá em conta os mais de 3 mil milhões de euros gastos pelo Estado até agora. Garante ainda "transparência" aos contribuintes.

No ano passado, a TAP teve lucros de quase 66 milhões de euros, o primeiro resultado positivo em cinco anos e após prejuízos superiores a mil milhões de euros, em 2021.

Atraso nas avaliações à TAP

Justifica ainda o atraso na venda com avaliações financeiras, que estarão concluídas até ao final de agosto.

As duas avaliações independentes que estão a ser feitas à TAP são essenciais para determinar o valor da companhia aérea e decidir por quanto será vendida. O Governo pediu as avaliações à consultora EY e ao banco Finantia em abril e esperava em três meses ter os resultados para, até ao final de julho, aprovar em Conselho de Ministros o diploma da privatização.

“Não há urgência” para a privatização da TAP

Em meados de julho, o ministro das Finanças, Fernando Medina, tinha dito que "não há urgência" na privatização da TAP e garantiu que não estará concluída em 2023.

"A nossa perspetiva é, acima de tudo, assegurar um processo de privatização que reforce o papel estratégico da TAP na economia portuguesa, [...] nós não estamos a fazer esse processo de privatização por uma necessidade urgente de redução da dívida pública, por exemplo, não estamos a fazer por uma matéria urgente da economia do país", disse Fernando Medina.

Na altura, o governante português apontou que o processo de privatização da TAP “não estará certamente concluído dentro do ano de 2023”:

"Isso nunca esteve nos planos do Governo", garantiu, apontando que esta privatização será feita "na convicção de que este é o caminho que mais protege o país e que mais pode fazer com que a TAP cresça no seu contributo para a economia nacional".

De acordo com Fernando Medina, este é também "um processo de enorme importância e de grande sensibilidade, de grande importância estratégica para o futuro e, por isso, vai correr dentro do seu tempo e dos seus moldes".

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