TAP: o futuro e as polémicas

TAP: Montenegro considera "vergonha democrática" relatório preliminar da CPI

Para o líder social-democrata as conclusões do Partido Socialista são um "branqueamento" da gestão do Governo da TAP, acabando por desrespeitar o trabalho dos deputados que atravessaram meia centena de audições para apurar a verdade.

Maria Madalena Freire

SIC Notícias

Com a apresentação esta quarta-feira do relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP, muitas figuras políticas reagiram às conclusões do Partido Socialista, nomeadamente Luís Montenegro que considera “branqueamento" político as conclusões e omissões do documento.

Uma das principais críticas a serem feitas é que no documento apresentado esta quarta-feira pela deputada Ana Paula Bernardo é a omissão de assuntos como o caso de Frederico Pinheiro e de colocar o ónus na ex-CEO pela indemnização de Alexandra Reis.

Para o presidente do PSD, o nível das conclusões é “grave” pela facciosidade com que o relatório foi escrito.

“Até agora o primeiro-ministro não falava porque estava a decorrer a comissão, agora não fala porque o relatório é preliminar, depois não é preciso falar nunca, porque está tudo bem e funciona tudo bem”, ironizou Luís Montenegro após uma reunião de duas horas com o INEM.

Para o social-democrata “a situação é da máxima gravidade, este relatório é tendencioso, é faccioso, quer branquear toda a atividade e ação dos membros do Governo do partido socialista”.

Da mesma forma, tendo em conta a forma como o PS está a encarar a comissão, Montenegro considera que existe um desrespeito pelas funções dos membros das bancadas parlamentares, acabando por não ser democraticamente aceitável.

“É uma desvalorização do papel das senhoras e senhores deputados no que concerne ao escrutínio dos atos do Governo, há omissões que são absolutamente intoleráveis do ponto de vista democrático, é uma vergonha democrática”, comenta o líder do PSD.

Para Luís Montenegro está evidenciado o que aconteceu com a tutela da TAP e a interferência política que houve após tantas audições. O líder social-democrata considera que quem viu, sabe o juízo que tem a fazer sobre a matéria, tendo de tirar as suas próprias conclusões.

"É preciso dizer aos portugueses: o que conta é que cada um em casa faça o seu juízo, foi que se disse, o que não se disse, o contraditório, as mentiras evidenciadas e foram os documentos enviados para a comissão. As conclusões são estritamente socialistas e não têm valor nenhum", refere, acrescentado que o relatório é "um branqueamento político completo".

Relatório CPI

O relatório provisório da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP conclui que não houve qualquer interferência ou ingerência do Governo. Sobre a demissão de Alexandra Reis, o documento, que foi publicamente apresentado esta quarta-feira pela deputada Ana Paula Bernardo, afirma que foi uma decisão exclusiva da ex-CEO Christine Ourmières-Widener.

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