A comissão parlamentar de inquérito à TAP entra na fase final com três audições de peso: esta quarta-feira é ouvido Hugo Mendes, ex-secretário de Estado das Infraestruturas; o ex-ministro Pedro Nuno Santos será ouvido na quinta-feira e Fernando Medina na sexta.
Hugo Mendes irá ter de explicar aos deputados como foi negociada a saída de Alexandra Reis da TAP, que deixou o cargo com uma indemnização de meio milhão de euros – entretanto, parte do valor já foi devolvido pela ex-administradora.
Deverá ainda ser questionado sobre o email que enviou à ex-CEO da TAP, a incentivar que fosse alterado um voo para conciliar com a agenda do Presidente da República, por conveniência política.
Na altura, Ourmières-Widener enviou um email a Hugo Mendes a pedir a sua opinião sobre o pedido que recebeu da agência de viagens, tendo o então governante respondido que era importante manter o apoio político de Marcelo Rebelo de Sousa, considerando que era o "principal aliado" do Governo mas que poderia tornar-se o "pior pesadelo".
Na audição da ex-presidente executiva, em 4 de abril, a comissão de inquérito ficou ainda a saber que Hugo Mendes teria dado ordens à gestora para não falar com nenhum outro ministério a não ser o das Infraestruturas.
Pedro Nuno Santos de regresso ao Parlamento
A audição mais aguardada desta comissão parlamentar ocorre na quinta-feira. Pedro Nuno Santos regressa ao Parlamento para falar sobre a gestão da TAP. Na semana passada, o ex-ministro esteve na comissão de Economia também para falar sobre a nacionalização da TAP e plano de reestruturação à companhia aérea.
O ex-ministro das Infraestruturas demitiu-se em janeiro, na sequência do polémico caso Alexandra Reis. Apesar de ter inicialmente dito que não sabia da indemnização paga, Pedro Nuno santos acabou por admitir, um mês depois, que tinha autorizado a indemnização, através de uma mensagem de Whatsapp.
Sexta-feira é o último dia de audições. Será ouvido Fernando Medina, ministro das Finanças, que já disse publicamente que desconhecia o valor da indemnização. Na altura em que Alexandra Reis abandonou a TAP, o ministro responsável pela tutela era João Leão.