TAP: o futuro e as polémicas

TAP: secretário das Finanças tem "confiança total" no pedido de ajuda a Bruxelas em 2020

João Nuno Mendes coordenou o grupo de trabalho que negociou esse auxílio de emergência, ainda antes de iniciar funções como secretário de Estado das Finanças.

SIC Notícias

O secretário de Estado das Finanças foi ouvido na comissão de inquérito à TAP esta sexta de manhã. João Nuno Mendes coordenou o grupo de trabalho criado para negociar o auxílio de emergência à empresa, em 2020. Uma medida que considera fundamental para a sobrevivência da companhia aérea.

"Total confiança no trabalho que foi feito, total confiança", referiu João Nuno Mendes.

Confiança total na decisão que foi tomada em 2020. Em plena pandemia e com a TAP em situação economicamente difícil, pedir auxílio de emergência a Bruxelas era inevitável.

"No meu entender, na altura, não havia alternativa a uma ajuda de emergência. A TAP SA, quando pedimos ajuda, tinha cerca de 300 milhões de dívidas com pagamentos atrasados a fornecedores. Dois terços julgo que estavam negociados, mas estamos a falar de uma empresa que tem impacto num conjunto de fornecedores muito grande", explicou o secretário de Estado

João Nuno Mendes coordenou o grupo de trabalho que negociou esse auxílio de emergência, ainda antes de iniciar funções como secretário de Estado das Finanças. Participou em reuniões com os acionistas privados que não viam com bons olhos a solução encontrada pelo Governo para a TAP.

"Essa obstaculização à entrada do auxílio na empresa, é um facto. Aquilo que eu compreendi da posição dos acionistas privados tinha a ver com uma lógica de subsídio à empresa ou apoio transitório financeiro, em termos gerais. Essa modalidade não era viável. Nós tínhamos de ter uma ajuda de emergência, tínhamos de ter um financiamento com base convertível, se o financiamento não fosse reembolsado tinha de haver plano de reestruturação", relatou Nuno Mendes.

Um plano que implicou a entrada de mais de três mil milhões de euros dos contribuintes na TAP. Mas o também ex-secretário de Estado do Tesouro recusa que a empresa tenha capital a mais para favorecer venda a privados.

"Eu não julgo que a empresa esteja sobrecapitalizada. Acho que o intuito dessa questão era ser uma empresa sustentável, não tinha ao intuito de lançar a empresa ou tomar uma opção porque essa é uma opção política", explicou.

Sobre os 55 milhões que David Neelman levou da TAP, quando saiu da empresa, o secretário de Estado também não sabe como foram calculados. É uma das perguntas mais recorrentes nesta comissão de inquérito e que continua sem uma resposta clara.

Mas não é a única.

Há ainda muitas dúvidas até sobre os incidentes no Ministério das Infraestruturas. O Chega vai pedir o prolongamento da comissão de inquérito e quer chamar de novo ao parlamento Galamba e a chefe de gabinete.

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