TAP: o futuro e as polémicas

Frente a frente Frederico Pinheiro e João Galamba: quem disse o quê?

O Ministério das Infraestruturas ordenou uma intervenção no telefone de Frederico Pinheiro, que resultou num apagão de todos os registos de mensagens anteriores a 6 de abril. A ordem foi dada pela chefe de gabinete de João Galamba. Na audição da tarde desta quarta-feira, no Parlamento, Frederico Pinheiro contraria João Galamba e acusa-o de ter tentado ocultar informação da comissão de inquérito

SIC Notícias

O início das várias versões da história começa no dia 4 de abril, quando a CEO da TAP revela na comissão de Inquérito a existência de uma reunião secreta com o PS para preparar uma audição no Parlamento, em janeiro. No dia seguinte, a 5 de abril, o gabinete de João Galamba reúne de emergência.

Foi a partir deste momento que Frederico Pinheiro diz que o ministro das Infraestruturas quis omitir notas à CPI.

Por seu lado, João Galamba garante que na reunião “foram pedidas todas as notas e todos os elementos”, havendo quatro testemunhas que participam nessa reunião, mas que negam que tenha sido lido qualquer nota”.

A partir deste ponto, João Galamba e Frederico Pinheiro entram quase sempre em contradição.

João Galamba garante que a sua chefe de gabinete, depois da reunião de 5 de abril, fez várias insistências junto do adjunto de Frederico Pinheiro “para apurar se este tinha memória do conteúdo da reunião ou se estava em posse de qualquer outro elemento”.

No entanto, Frederico Pinheiro diz que no dia 6 de abril, Eugénia Correia pediu-lhe que “procure todas as comunicações que pudessem estar relacionadas com a marcação da reunião”.

O ex-adjunto garante que a chefe de gabinete se limita a perguntar por trocas de mensagens sobre a marcação da reunião secreta, mas a CEO da TAP teria um sistema no WhatsApp que permite que as mensagens sejam apagadas depois de algum tempo. Após a intervenção no telemóvel, Frederico Pinheiro, garante que houve “um apagão total do arquivo do WhatsApp”.

Duas semanas depois, a 24 de abril, o gabinete de João Galamba preparava-se para responder a um requerimento da comissão de inquérito à TAP.

João Galamba volta a referir que Frederico Pinheiro “informou a engenheira Cátia Rosas de que teria notas dessa reunião”.

No entanto, ex-adjunto nega essa versão.

“Foi a primeira vez que, já depois de eu sublinhar que teria de falar delas caso fosse à CPI que me pediram para enviar as notas”.

As duas versões da mesma história discordam de quem partiu a iniciativa de enviar as notas da reunião secreta. Mas concordam que a 24 de abril é tomada a decisão de enviar toda a informação para a comissão de inquérito.

“A única coisa estranha aqui é porquê que alguém diz que tem notas e demora 24 horas as entregar”, afirma Galamba, dizendo que não iria comentar e deixaria o responsável comentar.

E assim foi:

“A engenheira Cátia Rosas informa-me que não seria possível responder, dado que tinha sido efetuado um pedido de prorrogação do prazo para se responder à Comissão Parlamentar de inquérito. O novo prazo era até às 9:30h da manhã do dia 26 de abril”.

Mas, Frederico Pinheiro diz que as notas foram entregues a João Galamba no dia 25 de abril, às 22:08h.

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