À espera de sinais de vida, nos escombros de Gaziantep, na Turquia, por várias vezes se calaram, esta quinta-feira, os socorristas.
Três dias depois dos sismos, e com temperaturas negativas na região, há cada vez menos hipóteses de encontrar sobreviventes. As equipas de busca e salvamento estão já no limite do esgotamento, como na cidade de Adana.
As prioridades viram-se já para os desalojados. Entre mais de vinte milhões de pessoas que habitam as áreas atingidos pelos sismos, há 500.000 que perderam tudo como em Kahramanmaras. Na província-epicentro, a população vai vagueando, por entre os destroços, à espera da chegada da ajuda organizada.
Cumprindo já a promessa desta semana, o Presidente turco que ganhou influência política com o terramoto de Istambul em 1999, continua a visitar as cidades destruídas.
Esta quinta-feira, Tayyiep Erdogan foi a Osmanye e a Gaziantep. Comeu e rezou com os desalojados e prometeu canalizar esforços oficiais para a reconstrução.
Nas 10 províncias turcas onde foi declarado o estado de emergência, falta ainda um dos trabalhos mais difíceis das equipas de socorro: a identificação de muitas vítimas dos sismos.
Umas das ruas principais de Antióquia é agora uma morgue improvisada com centenas de corpos amontoados e ainda não identificados.
Em Pazarcik, arrasada pelos sismos, o dia ficou marcado por funerais coletivos. Com cerimónia religiosa reduzida ao mínimo, as vítimas foram sepultadas em valas comuns.
Buscas prosseguem na Síria, mas faltam equipas especializadas
Mais de 72 horas depois do sismo que fez colapsar milhares de vidas, equipas de resgate exaustas tentam ainda encontrar as pessoas engolidas pelas montanhas de escombros na Síria.
Os socorristas são voluntários do Crescente Vermelho vindos da Argélia, mas ainda faltam equipas especializadas para tentar localizar e resgatar quem tenha conseguido resistir.
A equipa do Crescente Vermelho é uma exceção. A guerra na Síria, que se arrasta há mais de uma década, afastou uma boa parte da ajuda internacional, sobretudo das áreas que estão sob controlo dos rebeldes que se opõem ao regime de Bashar Al Assad.
Esta quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas confirmou a entrada do primeiro comboio humanitário das Nações Unidas na Síria. Para muitos a ajuda chegará demasiado tarde.