A alegria e o alívio dos salvamentos, e os de crianças em particular, fazem esquecer por momentos a estimativa da Unicef de que milhares de menores terão morrido na sequência do sismo que atingiu a Turquia e a Síria.
Mehme, de dois anos, foi salvo ao fim de 79 horas soterrado. Depois dos convencionados exatos três dias, as hipóteses de sobrevivência diminuem drasticamente.
Já Helene resistiu 68 horas debaixo dos escombros e Mehmet, de 10 anos, 65. Zeynep, de nove anos, e o pai foram resgatados ao fim de 80 horas.
Salvo instantes antes, em Jandaris, na Síria, Moaz pergunta pelos pais e tentam confortá-lo, mas é agora um órfão.
Recorda-se também da história de uma bebé que nasceu sob os escombros? A recém-nascida, cuja mãe morreu depois de dar à luz, tem agora nome: Ava. O pediatra admite que se tornou intolerável referirem-se a ela como 'a' recém nascida e, por isso, batizaram-na.
Afirmar que o tempo está a esgotar-se tem um peso para os que freneticamente trabalham para salvar vidas.
Mais de 20.000 pessoas morreram na sequência do violento sismo que abalou na segunda-feira o sul da Turquia e a Síria, segundo balanços oficiais divulgados esta quinta-feira.
De acordo com a Afad, o organismo de socorro turco, 17.134 corpos foram, até agora, retirados dos escombros na Turquia, e 3.162 mortes foram contabilizados na Síria, segundo um balanço também oficial.
Estes números elevam para 20.296 o total de mortos nos dois países atingidos pelo sismo de 7,8 de magnitude na escala de Richter, a que se seguiram algumas réplicas de intensidade quase igual.