Primeira Liga

Rui Costa: "A venda do Gonçalo Ramos permitiu manter outros jogadores"

O presidente encarnado explicou que "não existe clube que possa viver e pagar as suas contas sem vender jogadores". Rui Costa abordou ainda a polémica do jogo no Dragão, dizendo que terá de “mudar muitas coisas no futebol em Portugal”.

Horacio Villalobos/Getty Imagens

SIC Notícias

O presidente do Benfica, Rui Costa, disse esta terça-feira que confia em Roger Schmidt e que os “encarnados” fizeram um mercado ponderado. Em entrevista à BTV, o dirigente comentou também a polémica no Estádio do Dragão com o videoárbitro.

"Foi uma ida [ao mercado] na tentativa de equilibrar contas, mas que apontasse muito à planificação da época em termos desportivos. Acho que isso foi completamente atingido. Mais do que olharmos para os números, há que perceber se são benéficos ou não para o Benfica. Estou satisfeito com o mercado, que nos trouxe soluções e mais-valias de uma forma financeiramente equilibrada. Quando assim é, é muito positivo", referiu Rui Costa, convencido de que o conjunto de Roger Schmidt "está mais forte" em relação à temporada transata.

Rui Costa revelou que a saída de Gonçalo Ramos, para o Paris Saint-Germain neste último mercado de transferências, permitiu às águias manter outras figuras do plantel.

"Percebendo a tristeza dos adeptos, tem de haver convicção de toda a gente de que não existe clube que possa viver e pagar as suas contas sem vender jogadores. Preferimos fazer a venda mais cara, mas mantendo jogadores importantíssimos. Com apenas uma venda, impedimos a saída do [David] Neres, do Morato, do Florentino, do [Petar] Musa... Também tivemos propostas pelo António Silva e pelo João Neves. Para fazer o mesmo valor, teríamos de fazer quatro ou cinco vendas. Esta venda do Gonçalo Ramos permite-nos chegar até ao final da época sem ter de vender mais nenhum jogador", explicou.

Este defeso ficou também marcado pela chegada a custo zero do argentino Ángel Di María, ao voltar ao clube no qual se projetou para a elite mundial, entre 2007 e 2010.

"Vou revelar um segredo: ele fechou contrato um mês antes de se apresentar na Luz. No ano passado, esteve muito perto [de voltar], mas a Juventus surgiu com valores que não poderíamos atingir. Este ano, a partir do momento em que ele soube que o Benfica ainda estava interessado, não quis ouvir mais nada. Veio sem ultrapassar o teto salarial e sem prémio de assinatura. A sua vinda é de 'eu quero voltar a jogar no Benfica. Aquilo que me puderes dar é aquilo que irei receber'. Deve fazer-se jus à vontade que ele teve", contou.

Odysseas Vlachodimos, uma situação sensível

Rui Costa considerou que a perda da titularidade do internacional grego na baliza do Benfica foi uma "situação sensível", precipitando a saída do guardião de 29 anos para os ingleses do Nottingham Forest.


"O Vlachodimos representou o Benfica durante cinco anos e merece da minha parte, e de todos os benfiquistas, o maior respeito. Depois do que sucedeu e de se perceber que ele poderia perder espaço, era da vontade do próprio que se criasse uma solução. Isto nunca deixou de estar ponderado. Na última época, a dois dias de o mercado terminar, ele teve uma proposta muito vantajosa do Ajax, mas nem sequer pudemos olhar para a mesma, visto que o mercado estava a fechar e não tínhamos uma solução", observou.

A “bicada” ao Dragão

Depois de um comunicado, o Benfica, agora na voz do seu presidente, comentou os incidentes com o videoárbitro no FC Porto-Arouca, do último domingo.

"Se nós estamos à procura de um bom espetáculo para vender os direitos televisivos do nosso campeonato, teremos que mudar muitas coisas no futebol em Portugal. Aquilo que se passou no Dragão não é a melhor maneira de vender o campeonato nacional, iremos ter mais dificuldade em angariar os valores necessários para os direitos televisivos. Portanto, acho que todas as entidades devem estar atentas a isso", concluiu.

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