Orçamento do Estado

Da “declaração de guerra ao Orçamento” à “falta de maioria” do Governo, partidos reagem a reunião de Montenegro e Pedro Nuno

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, estiveram reunidos em São Bento para discutir o Orçamento do Estado para 2025, mas o encontro terminou sem um acordo. Da esquerda à direita, os partidos criticam a postura de um lado e do outro.

SIC Notícias

A Iniciativa Liberal (IL) acusa Pedro Nuno Santos de apresentar uma declaração de guerra ao Orçamento do Estado para 2025. Já o Partido Comunista Português (PCP) e o Livre (L) apontam críticas ao Governo. Os dois partidos reagiram à reunião entre o primeiro-ministro e o líder do PS, no final do encontro, esta sexta-feira. 

“Aquilo que Pedro Nuno Santos apresenta não são propriamente propostas. Eu diria que é uma declaração de guerra ao Orçamento”, declarou o presidente da IL, Rui Rocha, eta tarde, em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República.

O líder liberal admite que seja “legítimo do ponto de vista político” que Pedro Nuno Santos faça exigências como condição para a viabilização do Orçamento do Estado, mas considera que o secretário-geral do PS “escusava” de ter mantidoo país suspenso durante tanto tempo”. 

Arcará com as responsabilidades, naturalmente, desta declaração de guerra que faz”, atirou. 

Rui Tavares, líder do Livre, recorda que o Executivo de Luís Montenegro não tem maioria e que tem de fazer cedências para ver o Orçamento do Estado passar na Assembleia da República. 

“Este Parlamento tem uma configuração que é plural.O Governo está longe de chegar à maioria absoluta, necessária para aprovar o Orçamento.Falta-lhe 36 deputados”, notou. 

Rui Tavares considera, por isso, que o Executivo não se pode colocar na posição de tentar encostar os outros à parede. “A não ser que queira ir para eleições”, ressalva, “o que me parece que pode justificar uma parte da atitude do Governo”. 

Pelo PCP, foi o deputado António Filipe quem veio defender que o Governo não está a estabelecer as prioridades certas no Orçamento do Estado. Mas também deixa o recado ao PS de que elas não passam, igualmente, pelas questões do IRC e pelo IRS Jovem – medidas que os socialistas traçaram como linhas vermelhas.  

As grandes questões centrais que vão estar em discussão no próximo Orçamento de Estado e que têm que ver com traços fundamentais da política que o Governo pretende seguirnão se centram, nem exclusiva, nem principalmente, na questão do chamado IRS Jovem ou na questão do IRC”, declarou. 

Para os comunistas, as medidas que o Governo propôs são "inaceitáveis” e “não devem constar do Orçamento de Estado, mas, sublinha António Filipe, o problema "não está apenas aí.

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