Esta sexta-feira ficou marcada pelo tão aguardado frente a frente entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos para discutir o próximo Orçamento do Estado. O primeiro-ministro e o líder do principal partido da oposição reuniram-se no Palácio de São Bento, em Lisboa. Durante esta tarde, André Ventura disse que a situação de impasse é culpa exclusiva do Executivo e defendeu que o PS foi a São Bento fazer negociações que são irrealistas, num “ato de campanha eleitoral”.
Em entrevista à SIC Notícias, o líder do Chega frisou que o seu partido "não foi tido nem achado na construção do Orçamento do Estado", mesmo depois de ter dito ao Governo que "estava disponível".
"O Orçamento do Estado quando começa a ser feito e desenhado, no final da legislatura passada, e o Chega disse 'estamos disponíveis'. Houve um momento em que percebemos que o Governo tinha escolhido o Partido Socialista (PS) como seu interlocutor. Nós avisamos que isto ia correr mal. Que o PS, como sempre faz, faz cálculo eleitoral e não do país".
Para André Ventura, o Governo tem apenas duas opções - ceder às exigências do Partido Socialista (PS) ou assumir os erros cometidos durante a construção do Orçamento do Estado e refazer o documento.
"Este Orçamento por nós não passará"
A dois meses da votação - prevista para 28 de novembro - André Ventura garante que o Chega vai votar contra o Orçamento do Estado e atira as culpas para cima do Executivo e do Partido Socialista (PS).
"O Chega vai votar contra este Orçamento do Estado. Porquê? Porque ao contrário do que esteve disponível, o Governo não aceitou ceder numa única matéria, não aceitou negociar, não aceitou participar", garantiu.
"O Chega em março disse 'vamos construir um Orçamento', o PSD disse que não. Agora pedem-nos para salvar um Orçamento em que não fomos tidos nem achados, não participamos e que o Governo não aceita ceder em nada?", acrescentou.
"Eu se fosse PM nunca estaríamos nesta situação"
André Ventura fez questão de deixar claro o que faria se os portugueses o tivessem escolhido para o cargo de primeiro-ministro, nas eleições legislativas do passado dia 10 de março. A primeira medida a ser tomada? Um acordo com todos os partidos de direita.
"Eu, André Ventura, primeiro-ministro de Portugal, garanto que não teríamos uma crise política nem agora, nem daqui a um ano, nem daqui a dois. Teríamos quatro anos de Governo estável e daqui a quatro anos as pessoas avaliariam se o Governo foi bom ou mau".
Para André Ventura é preciso que o Governo acabe com o "não é não", seja estabelecido um acordo de legislatura e apresentado um novo Orçamento do Estado.
"O Governo tem duas hipóteses: [Cenário 1] mandar o país para uma crise e para eleições. [Cenário 2] Voltar atrás e reconstruir a estabilidade política", defendeu o líder do Chega.