“Também não acho que Vata tenha marcado com a mão. Foi com o braço”
Como técnico do Benfica, além dos títulos nacionais, Toni chegou a duas finais europeias. Uma como treinador principal, em 1989, e outra como ajunto de Sven-Goran Eriksson, em 1991.
Nesta última edição, o Benfica eliminou o Marselha nas meias-finais através de um polémico golo de Vata. O episódio ficou conhecido como “Mão de Vata” apesar do seu autor sempre ter recusado marcar com a mão.
E Toni, de certa forma, concorda: “Também não acho que Vata tenha marcado com a mão. Foi com o braço”, diz, bem-humorado. “Ele até foi empurrado. Mas se o Vata diz que não foi com a mão, sabe melhor do que nós.”
“No Bordéus treinei Zidane, Dugarry e Lizarazu. O pior eram os outros”
Foi campeão no Benfica em 1993/94, depois de uma histórica vitória frente ao Sporting por 6-3. No final da época, para surpresa de muitos, seria afastado do cargo por Manuel Damásio, eleito ainda no decorrer dessa temporada. Artur Jorge entrou para o seu lugar e começou aí um longo jejum dos encarnados que ficaram 11 anos sem ganhar o campeonato nacional.
Após a saída do Benfica, num processo que não gostou, Toni deu início à sua carreira internacional como treinador no Bordéus. Aí orientou alguns jogadores que mais tarde, em 1998, seriam campeões do mundo por França:
“Tinha Zidane, Dugarry e Lizarazu. Mas sabe o nome dos outros? O problema era esse.” Toni lembra que o talento de Zidane, “embora ainda fosse muito jovem”, num plantel desequilibrado.” Ainda assim, considera Zidane um dos melhores que treinou. “Quando cheguei disseram-me que ele não era jogador de 90 minutos, mas comigo era um dos mais utilizados.”
“Com Mozer e Ricardo Gomes podia dormir descansado”
Foram muitos os craques que orientou no Benfica. Alguns deles tornaram-se referência no futebol português e internacional. Mas como se diz na gíria, as boas equipas constroem-se de trás para a frente e, nesse aspeto, Toni recorda a qualidade de alguns defesas:
“Os meus centrais eram Mozer e Ricardo Gomes. Podia dormir descansado.” Toni também lembra os laterais como António Veloso e Schwarz. “Não só eram bons defesas, como também deixaram a sua marca em termos ofensivos. Nos treinos às vezes aquecia e aí também podia contar com o Schwarz. Era um profissional de linha dura. Se visse alguém a relaxar nos treinos, ele acordava-o logo. Quanto ao Mozer é sempre bom ter um central desses para impor respeito.”