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O Mundo em 2021: "Ver um soldado nas trincheiras a mostrar bondade e ternura lembra-nos do bem"

Volodymyr, um membro das forças armadas ucranianas, brinca com cães numa trincheira na separação dos rebeldes pró-Rússia na região de Donetsk, Ucrânia.

OLEKSANDR KLYMENKO

SIC Notícias

O momento foi captado pelo fotografo da Reuters Oleksandr Klymenko.

"Em abril de 2021, eu estava a fotografar soldados ucranianos na linha de frente, enquanto o mundo estava alarmado devido ao aumento de tropas russas na fronteira do país. Eu tinha chegado ao local às 5:15 (...). Vova, o soldado da minha fotografia, mostrou-me a trincheira, onde os adversários costumavam atirar. Quando nos sentamos, reparei num cão a correr na direção de Vova e depois outro. Enquanto ele brincava com os cães, observei o quanto o rosto de Vova mudou: tornou-se gentil e pensativo".

"Para os soldados que vivem constantemente com o perigo, a bondade de um animal pode lembrá-los de casa e de uma vida mais pacífica (...). Nós, repórteres, testemunhamos com frequência violência, destruição e morte. Ver um soldado nas trincheiras a mostrar bondade e ternura com os animais lembra-nos do bem e da humanidade no mundo", afirma.

Os dois cães foram levados para casa pelos soldados, na rotação das tropas.

Tensão entre Rússia e Ucrânia

Acusado pelo Governo de Kiev de uma invasão militar, Moscovo desmente as acusações.

Os reservistas da Ucrânia já foram convocados para exercícios militares para responder à invasão russa que acreditam que se avizinha.

Do outro lado da fronteira, Kiev diz que há mais de 94.000 soldados russos prontos para a guerra.

O ministro de defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, argumenta que, com base nos serviços de inteligência do país, há "possibilidade de intesificação em grande escala da parte da Rússia".

A Rússia que controla o leste da Ucrânia, região com maioria da população russa, fala em provocações da NATO.

Com a Ucrânia dilacerada desde 2014 por um conflito entre Kiev e os separatistas pró-russos no Leste do país, que já causou mais de 13.000 mortos e começou após a anexação da Península da Crimeia pela Rússia, esta está mais inflexível do que nunca na pretensão de que a Ucrânia não seja admitida na aliança militar da NATO.

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