Uma espécie invasora de formigas não nativas estabeleceu-se em Itália e poderá espalhar-se rapidamente pela Europa, chegando até ao Reino Unido, com o aquecimento global, alerta um estudo citado pelo The Guardian.
A formiga de fogo vermelha, Solenopsis invicta, tem um ferrão forte, danifica plantações e pode infestar equipamentos elétricos, incluindo carros e computadores.
De acordo com o The Guardian, a formiga, considerada uma das espécies invasoras mais destrutivas, pode formar rapidamente "super colónias" com múltiplas rainhas.
Essas colónias, por sua vez, atacam invertebrados, vertebrados maiores e plantas, destruindo plantas nativas e alimentando-se de formigas, insetos e herbívoros nativos.
De onde vem e para onde?
A formiga vermelha é a quinta espécie invasora mais cara do mundo, espalhando-se através do comércio humano desde a sua terra natal, a América do Sul, até ao México, às Caraíbas, à Austrália e aos EUA.
Os investigadores identificaram 88 ninhos de formigas vermelhas ao longo de cinco hectares perto da cidade de Siracusa, na Sicília, Itália. De acordo com análises genéticas de um estudo publicado na Current Biology, as colónias invasoras podem ter vindo da China ou dos EUA.
Na Europa, a formiga já foi encontrada em produtos importados em Espanha, Finlândia e Holanda, mas a sua permanência na natureza no continente europeu nunca foi confirmada.
A União Europeia já atualizou a sua lista de "espécies preocupantes" para incluir a formiga vermelha.
A Austrália está a gastar 238 milhões de euros na erradicação da formiga, mas o governo tem sido criticado por não ter agido de forma suficientemente decisiva para remover a espécie.
A Nova Zelândia é o único país que erradicou com sucesso a formiga de fogo vermelha depois do seu aparecimento no país em 2001.
O calor é amigo
A formiga vermelha é uma espécie que gosta de calor, mas os investigadores concluíram que poderia estabelecer-se em aproximadamente 7% da Europa.
No clima actual, metade das áreas urbanas da Europa seriam climaticamente adequadas para isso, incluindo grandes cidades como Londres, Paris, Roma e Barcelona. Com o aquecimento global, o continente tornar-se-á muito mais adequado para a espécie e ajudará na sua propagação pela Europa.