Esta terça-feira, fez-se história em Londres. Há 130 anos que um membro da família real britânica não testemunhava em tribunal, aconteceu com o principe Harry no julgamento de um processo contra tablóides ingleses que terá usado escutas ilegais e detetives privados.
Harry é uma das cerca de 100 figuras públicas a testemunhar num processo contra os editores dos tablóides Daily Mirror e Sunday Mirror. Entre os envolvidos estão atores, desportistas, celebridades e pessoas com alguma ligação a figuras importantes.
O Duque de Sussex foi esta terça-feira ao tribunal superior de Londres para testemunhar contra os editores do jornal Daily Mirror, acusando-os de, entre 1996 e 2010, terem escrito artigos com base em escutas ilegais e com recurso a detetives privados.
Algo que o jornal Daily Mirror nega a pés juntos.
“São boas pistas porque temos no jornal a história de ele ser levado de urgência para o hospital, temos os pagamentos a um famoso detetive privado, depois temos o próprio relato do príncipe Harry sobre isto. E o príncipe Harry pensa: ‘Quem está a dar estas informações? Serão pessoas do meu círculo? Será a minha ama?’”, disse o ex-jornalista do Daily Mirror, Graham Johnson.
Métodos que também terão sido usados com a mãe, a Princesa Diana. O advogado do Duque relatou em tribunal o caso de um telefonema entre a Princesa e um apresentador de televisão, cujo conteúdo foi publicado pelo Mirror.
Em tribunal e sob juramento, Harry disse que os tabloides incitaram ao ódio e ao assédio, que o pintaram como sendo um príncipe playboy e que no final ele acabou entrar no jogo, já que a sua imagem já estava manchada.
O jornal diz que tudo não passa de especulação, que trabalhou com base em informação de domínio público e apenas admite ter quebrado as regras uma vez, em relação ao príncipe.
O Duque de Sussex está determinado na luta contra os tablóides. O Daily Mirror já está em tribunal, o Daily Mail e o The Sun podem ser os jornais que se seguem.