O príncipe Harry torna-se esta semana o primeiro membro da família real britânica a depor em tribunal em 130 anos.
Harry é uma das cerca de 100 figuras públicas a testemunhar num processo contra os editores dos tablóides Daily Mirror e Sunday Mirror.
Entre os envolvidos estão atores, desportistas, celebridades e pessoas com alguma ligação a figuras importantes.
O grupo de jornais é acusado de utilizar meios ilegais, como acesso proibido a telefones e emails, para obter informações, entre 1991 e 2011.
O grupo Mirror sempre negou que os seus jornalistas estivessem envolvidos em qualquer tipo de "hacking", mas em 2014 admitiu a responsabilidade em quatro casos. Desde então, já pagou mais de 100 milhões de libras (cerca de 116 milhões de euros) em compensações e custos.
O príncipe Harry diz que 140 artigos publicados pelos dois jornais foram o resultado de escutas telefónicas ou outros comportamentos ilegais. No entanto, no julgamento, estão a ser considerados apenas 33 artigos.
Os advogados acusam ainda que esta invasão de privacidade levou Harry e uma namorada de longa data, Chelsy Davy, a terminarem o relacionamento.
No início de maio, o editor do Daily Mirror pediu desculpas por vigiar o príncipe Harry, mas negou outras alegações, quando o advogado do filho do rei Carlos III acusou o jornal de reunir em "escala industrial" informações ilegais.
A admissão de que o editor contratou um investigador particular para um artigo de 2004 não foi, contudo, uma das histórias que Harry alega ter resultado do acesso ilegal ao seu telemóvel, pelo que a revelação pode ter pouca influência no veredicto.
Faturas e registos telefónicos mostravam como os departamentos de notícias, entretenimento, desporto e fotografia dependiam de investigadores que aplicavam técnicas consideradas ilegais.