Mercado de transferências

Nunca se gastou tanto em Portugal: clubes da Primeira Liga batem recordes no mercado de transferências

O campeonato português estabeleceu um novo recorde de investimento em contratações na janela de transferências de verão como nunca se viu.

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SIC Notícias

A Primeira Liga bateu o recorde de investimento em contratações de futebolistas numa época na janela de transferências de verão de 2025/26, com 362,96 milhões de euros (milhões de euros) fixos, tendo FC Porto e Sporting de Braga gastado como nunca.

Até segunda-feira, último dia de inscrições, o escalão principal assistiu a uma despesa global sem precedentes dos 18 clubes - que deverá crescer na reabertura do mercado, em janeiro de 2026 - e ultrapassou o anterior máximo, fixado há duas temporadas, que se cifrava em 282,84 milhões de euros - 229,18 milhões de euros no verão e 53,66 milhões de euros no inverno.

FC Porto fez o "melhor mercado de sempre"

Líder isolado do campeonato, que não conquista desde 2021/22, o FC Porto concretizou o seu maior mercado de sempre, conforme tinha sido anunciado pelo presidente 'azul e branco' André Villas-Boas na apresentação do treinador italiano Francesco Farioli, ao receber 10 reforços por 94,35 milhões de euros, num total de 111,35 milhões de euros gastos, mesmo estando na Liga Europa.

O dinamarquês Victor Froholdt (ex-Copenhaga, 20 milhões de euros) e o espanhol Gabri Veiga (ex-Al Ahli, 15 milhões de euros) chegaram para o meio-campo e acompanham o lateral direito Alberto Costa (ex-Juventus, 15 milhões de euros) e o extremo espanhol Borja Sainz (ex-Norwich, 13,3 milhões de euros) entre os negócios mais caros, seguidos por dois defesas centrais, nomeadamente o polaco Jan Bednarek (ex-Southampton, 7,5 milhões de euros) e o croata Dominik Prpic (ex-Hajduk Split, 4,5 milhões de euros).

Emprestado ao FC Porto na última época, o também central argentino Nehuén Pérez (ex-Udinese) foi adquirido em definitivo por 13,3 milhões de euros, enquanto o avançado neerlandês Luuk de Jong (ex-PSV Eindhoven) e o guarda-redes João Costa (ex-Estrela da Amadora) não tiveram custos para os 'dragões', que juntaram ainda o médio dominicano Pablo Rosário (ex-Nice, 3,75 milhões de euros) e o central polaco Jakub Kiwior (ex-Arsenal), emprestado por dois milhões de euros.

Do novo recorde do FC Porto constam os 17 milhões de euros pagos ao Atlético de Madrid por metade dos direitos económicos do ponta de lança espanhol Samu, reforço mais caro de sempre em Portugal, com uma despesa global de 32 milhões de euros, após ter chegado há um ano por 15 milhões de euros.

Benfica não bateu recordes mas gastou muito

Vencedor da Supertaça Cândido de Oliveira frente ao Sporting e recém-qualificado para a fase de liga da Liga dos Campeões, o Benfica não quebrou os recordes estabelecidos em Portugal em 2020/21 - 108,5 milhões de euros no verão e 115 milhões de euros no global da época -, mas investiu 105,55 milhões de euros no último mercado antes das eleições do clube, marcadas para 25 de outubro.

O médio colombiano Richard Ríos (ex-Palmeiras, 27 milhões de euros) fixou o valor fixo mais alto em aquisições da história das 'águias', que trouxeram o avançado croata Franjo Ivanovic (ex-Union Saint-Gilloise, 22,8 milhões de euros) e o extremo belga Dodi Lukébakio (ex-Sevilha, 20 milhões de euros).

O ucraniano Georgiy Sudakov (ex-Shakhtar Donetsk, 6,75 milhões de euros) e o argentino Enzo Barrenechea (ex-Aston Villa, três milhões de euros) reforçaram o meio-campo por empréstimo, com o primeiro a ter uma cláusula de compra obrigatória de 20,25 milhões de euros para a próxima temporada.

Chegaram ainda ao conjunto de Bruno Lage um defesa direito, o bósnio Amar Dedić (ex-Salzburgo, 12 milhões de euros), e dois esquerdos - o sueco Samuel Dahl (ex-Roma, nove milhões de euros), cuja opção de compra foi exercida, e o espanhol Rafael Obrador (ex-Real Madrid, cinco milhões de euros) -, com o avançado Henrique Araújo a fixar-se no plantel, após ter estado cedido ao Arouca.

Sporting mais comedido

O bicampeão Sporting foi o mais comedido dos três 'grandes', aplicando a maior fatia dos 79,8 milhões de euros no grego Fotis Ioannidis (ex-Panathinaikos, 22 milhões de euros) - alvo desde o verão passado - e no colombiano Luis Suárez (ex-Almería, 22,2 milhões de euros), os dois reforços do ataque, que viu sair Viktor Gyökeres, melhor marcador da Primeira Liga nas últimas duas épocas, para o Arsenal.

O lateral direito grego Georgios Vagiannidis (ex-Panathinaikos, 12 milhões de euros), o médio georgiano Giorgi Kochorashvili (ex-Levante, 5,5 milhões de euros), o extremo brasileiro Alisson Santos (ex-Vitória, 2,1 milhões de euros) e o lateral esquerdo Ricardo Mangas (ex-Spartak Moscovo, 300 mil euros) foram outras novidades da formação de Rui Borges, à qual o guarda-redes João Virgínia (ex-Everton) regressou, com o colega de setor Rui Silva (ex-Betis, 4,7 milhões de euros) a assinar em definitivo.

O Sporting exerceu também 11 milhões de euros pelos restantes 50% do passe do avançado Francisco Trincão, numa operação total de 21 milhões de euros - incluindo uma taxa de cedência de três milhões de euros, paga em 2022/23, tendo falhado já nas últimas horas a inscrição por empréstimo de Jota Silva.

SC Braga bate recordes

Já o Sporting de Braga, apurado para a fase principal da Liga Europa, renovou o próprio recorde de despesa pela terceira época seguida, com 28,57 milhões de euros, sobretudo pelas vindas do avançado espanhol Pau Víctor (ex-FC Barcelona, 12 milhões de euros) e do médio costa-marfinense Mario Dorgeles (ex-Nordsjaelland, 11 milhões de euros), as aquisições mais caras da história do clube.

Gustaf Lagerbielke (ex-Celtic, 2,57 milhões de euros), Alaa Bellaarouch (ex-Estrasburgo, 300 mil euros), Leonardo Lelo (ex-Casa Pia) e Florian Grillitsch (ex-Hoffenheim) também reforçaram o conjunto do espanhol Carlos Vicens, no qual Fran Navarro se vinculou em definitivo (ex-FC Porto, 2,7 milhões de euros) e Gabriel Moscardo (ex-Paris Saint-Germain) chegou por empréstimo.

Famalicão entrou no top 5

Os quatro primeiros classificados das últimas oito épocas fizeram 23 das 25 contratações mais avultadas na Primeira Liga, sendo as exceções o avançado brasileiro Clayton (ex-Vasco da Gama) e o defesa central equatoriano Léo Realpe (ex-Red Bull Bragantino), que se vincularam em definitivo ao Rio Ave e ao Famalicão por três milhões de euros cada, respetivamente.

Os minhotos foram os quintos mais gastadores, com 13,3 milhões de euros, num verão em que voltaram a Portugal nomes como Luquinhas (Santa Clara), Pizzi (Estoril Praia), Abdu Conté e Tiago Morais (Casa Pia), André Ferreira (Moreirense), Ghislain Konan e Murilo (Gil Vicente), Witi e Lucas João (Nacional), Rony Lopes e Ivan Cavaleiro (Tondela) ou Gonçalo Esteves, Lincoln, Chiquinho e Sandro Lima, todos do Alverca, de regresso à elite 21 anos depois e o único primodivisionário a ultrapassar as três dezenas de reforços.


Com LUSA

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