MEO Kalorama

“A Pabllo Vittar dá-nos coragem para sair de casa sem medo nem vergonha”

É um dos grandes nomes do último dia do MEO Kalorama e uma plateia composta está garantida. Desde cedo muitos fãs aguardam para rever, ou ver pela primeira vez, a Pabllo Vittar em palco. As expectativas são muitas mas os agradecimentos pela “força, garra e coragem” que ela oferece são ainda mais.

SIC Notícias

Ana Lemos

Pedro Rebelo Pereira

Pouco depois de as portas abrirem para a terceira, e última, noite do MEO Kalorama, já umas quantas pessoas estavam em frente ao palco, onde mais logo vai atuar a Pabllo Vittar. Pela frente têm ainda muitas horas de sol e calor, mas arredar pé não é opção.

Vieram para ver a Pabllo e a espera vale a pena. “Vim de propósito [ao Kalorama] para vê-la (…) só estou um bocado chateado por não ser no palco principal", desabafa Tiago, em tom de brincadeira, ao microfone da SIC Notícias.

É a terceira vez que assiste a um concerto da cantora brasileira. Em 2019 esteve no Campo Pequeno e, no ano passado, não faltou à atuação no Primavera Sound. A presença da Pabllo em Portugal "é muito importante porque cá faltam pessoas que consigam mostrar essa diversidade e cultura".

“Para mim, e acredito que para todos [os que aqui estão], é importante podermos ser quem quisermos sem ter medo ou vergonha de mostrar. [A Pabllo] é incrível, se não fosse ela, eu não seria quem sou hoje, encorajou-me muito, não desmerecendo outros artistas, mas ela foi a principal, sem ela não estaria aqui hoje e assim”

Também Pex é presença garantida nos espetáculos da cantora brasileira. Tal como Tiago, não faltou ao concerto de há quatro anos, nem ao do ano passado no Porto. E as horas de espera, faça chuva ou faça sol, valem sempre a pena.

“Faço sempre isso, 16 horas na fila [do Campo Pequeno], cinco/seis horas no Primavera Sound, e este ano mais umas horinhas para a conta. É uma inspiração, se estou aqui hoje é muito devido à Pabllo Vittar, que nos dá força e garra para termos a coragem. Sim, porque é preciso ter muita coragem para sair de casa como eu saio e milhares de pessoas saem”.

Pex também é artista, lançou recentemente o seu primeiro single. E quem lhe deu força para seguir em frente foi a Pabllo: “simboliza tudo o que é a liberdade (…), e é graças a ela que estou aqui, ela abre portas a muita gente”.

"Sou muito grato à Pabllo e a este festival por ter aqui uma pessoa com tanta importância e de uma minoria. (…) Aquece-nos muito o coração vê-la aqui. Estão aqui tantas pessoas, fico mesmo sem palavras".

Já para Fred é uma estreia. Nunca viu Pabllo Vittar ao vivo e a cores. “Este ano vim os três dias do Kalorama, mas este é aquele dia em que venho só para um palco”, o San Miguel, onde a cantora brasileira vai atuar.

Na mochila para o terceiro dia do festival, Fred trouxe uma carta especial, de agradecimento. “Há uns anos andava um bocado em baixo e as músicas da Pabllo e da Anitta fizeram-me bem (…), ajudaram-me a sair de um poço”, partilhou com a SIC Notícias.

Expectativas? “Altas”

23:55 é a hora que mais anseiam. A fechar as atuações no Palco San Miguel estará Pabllo Vittar. As expectativas, claro, são “altas”.

“Sei que vai arrasar, dançar muito, cantar muito e, acima de tudo, levantar uma bandeira de respeito e liberdade”, vai ser “incrível, estou ansioso para ver a tour nova”, e ainda bem que acabou por não ser no palco principal, é “melhor para entregar a carta, não há tanta confusão”, acredita Fred.

Vasco e Ana vieram de propósito de Benavente para ver a Pabllo pela primeira vez. As expectativas são elevadíssimas, embora, dizem, o caminho a trilhar de mudança de mentalidades seja longo e “demorado”.

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