Legionella

Análises negativas a legionella na Solvay e Centralcer

A Solvay, uma das três empresas de Vila Franca de Xira cujas análises acusaram vestígios de legionella, anunciou hoje que a bactéria não foi identificada nos testes realizados por "laboratório independente". Também a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) informou hoje que deram negativos os resultados das análises realizadas às torres de refrigeração da empresa.

Em comunicado, a Solvay refere que "os resultados finais das análises" a que procedeu "em laboratório microbiológico acreditado, independente e sem conhecimento do nome da entidade à qual as águas pertenciam, acabam de revelar a ausência absoluta de legionela de qualquer estirpe em todas as amostras colhidas" na empresa.

A empresa - cuja bandeira à entrada da fábrica se encontra a meia haste, ao lado da bandeira nacional -, indicou que voltou "a funcionar em plena normalidade" e garante que "cumpriu rápida e escrupulosamente todas as medidas cautelares indicadas pelas autoridades".

Resultados das análises na Centralcer são 100% negativos

A Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) informou hoje que deram negativos os resultados das análises realizadas às torres de refrigeração da empresa.

"Os resultados das nossas análises chegaram ontem à noite [quinta-feira] e são 100% negativos. Enviamos os resultados ao início da manhã de hoje para as autoridades a fim de sermos libertados de qualquer condicionamento que existisse nas nossas instalações", adiantou hoje à agência Lusa o responsável da comunicação da SCC.

Nuno Pinto de Magalhães sublinhou que os resultados já foram rececionados pelo inspetor-geral do Ambiente, acrescentando que, face ao resultado negativo das análises, a Centralcer aguarda "a qualquer momento o levantamento de qualquer restrição ou condicionamento" imposto pelas autoridades à empresa situada na freguesia de Vialonga.

Na quinta-feira o inspetor-geral do Ambiente disse que tinham sido levantados os mandados sobre as empresas DanCake e Solvay, pelo que estas empresas podiam voltar a laborar, depois de uma paragem devido à infeção por legionella, no concelho de Vila Franca de Xira.

Nuno Banza, inspetor-geral do Ambiente, do Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, explicou, na ocasião, que as duas empresas provaram ter realizado procedimentos, nomeadamente de limpeza das torres de refrigeração, que garantem a laboração sem colocar em risco a saúde pública ou o ambiente.

Os casos que restam "serão levantados assim que as empresas comprovarem que cumprem as condições para poder laborar sem pôr em risco a saúde e o ambiente", acrescentou.

Nuno Pinto de Magalhães explicou que, à semelhança da DanCake e da Solvay, a Centralcer foi obrigada a realizar análises em laboratórios credenciados e indicados pelas autoridades. 

"Os resultados das nossas análises é que só chegaram ontem à noite [quinta-feira] ", justificou o responsável pela comunicação da SCC.

Surto de legionella teve origem na Adubos de Portugal

O diretor-geral da Saúde, Francisco George, revelou hoje que as bactérias encontradas em doentes com legionella são semelhantes às detetadas numa torre de refrigeração da empresa Adubos de Portugal.

A revelação foi feita durante um encontro da task force para lidar com o surto de infeção por 'legionella' que surgiu no dia 07 deste mês, em Vila Franca de Xira, e já infetou 336 pessoas, dez das quais morreram.

Os dados das análises hoje revelados por Francisco George irão, junto do Ministério Público, ajudar no esclarecimento sobre a existência de um eventual crime ambiental em relação à empresa Adubos de Portugal, à qual o ministro do Ambiente tinha ordenado uma inspeção extraordinária no passado dia 11.

Na quinta-feira, o inspetor-geral do Ambiente anunciou que tinham sido levantados os mandados sobre a DanCake e a Solvay, pelo que as torres de refrigeração destas empresas podiam voltar a laborar, depois de uma paragem devido à infeção por 'legionella'.

A doença do legionário, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.



Lusa

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