A decisão do magistrado Luís Roberto Barroso foi tomada após um parecer favorável do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, ao pedido de indulto apresentado pela defesa do ex-governante. Porém, José Dirceu permanecerá preso, visto que, no ano passado, foi detido preventivamente por acusações de crimes na Operação Lava Jato, relativa a um mega-esquema de corrupção envolvendo a petrolífera estatal Petrobras e outras empresas.
O ex-ministro da Casa Civil já cumpriu um ano de cadeia e outro de prisão domiciliária dos sete anos e onze meses de pena pelo crime de corrupção ativa a que foi condenado no caso "Mensalão".
Em maio passado, José Dirceu foi condenado a 23 anos e três meses de prisão pelo juiz da 13.ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato na primeira instância.
Sem o indulto, o total das duas penas seria de 31 anos e dois meses de cadeia.
Segundo um decreto presidencial, o condenado pode ser indultado se preencher vários requisitos, como bom comportamento e ter cumprido parte da pena.
Em fevereiro passado, Luís Roberto Barroso tinha negado o mesmo pedido "diante da possibilidade de que o condenado, acusado no âmbito da Operação Lava Jato, pudesse ter cometido infração durante o cumprimento da pena a que foi condenado pelo STF", lê-se numa nota do Supremo.
"Posteriormente, em comunicação sobre a sentença condenatória de José Dirceu pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e de organização criminosa, o juiz da 13.ª Vara Federal de Curitiba informou que o objeto dessa ação penal são crimes cometidos até 13 de novembro de 2013, antes do início do cumprimento da pena" do "Mensalão", adiantou o STF.
Lusa