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Lula da Silva diz que se Temer quer chegar a Presidente deve ir a eleições

O ex-Presidente brasileiro Lula da Silva disse este sábado em Brasília, num discurso contra a impugnação da Presidente Dilma Rousseff, que se o vice-presidente, Michel Temer, quer ser Presidente que lute nas eleições.

"Para eu chegar a Presidente da República, perdi três eleições. (...) Se Temer quer ser candidato, que não tente através do golpe", disse Lula da Silva, perante manifestantes no centro de Brasília.

O ex-Presidente sublinhou que "parece que a elite brasileira não gosta muito de democracia" e lembrou os tempos árduos em que a sua geração lutou pelo regime democrático no país.

"Não vamos sair do Brasil, não vamos nos exilar (...) Nunca nos irão ver a pregar a discórdia", vincou, fazendo a distinção entre o seu partido e os opositores.

Num discurso voltado para a oposição, Lula da Silva continuou: "Não adianta carregar a bandeira amarela e dizer que é mais brasileiro que nós. Se qualquer um desses cortar o dedo, quero saber se vai sair sangue amarelo. A nossa democracia aceita a diferença. A deles, não. Na deles, se o pobre sobe um degrau, incomoda".

O ex-chefe de Estado e mentor político da atual Presidente confessou também a dificuldade em conquistar aliados contra o processo de 'impeachment' na reta final antes da votação do pedido de 'impeachment' (impugnação) na Câmara dos Deputados, agendada para domingo.

"Só temos 513 votos para conquistar. Precisamos conquistar metade desses 513 votos. Ou não os deixar conquistar 342. Então é uma guerra de sobe e desce. Parece a bolsa de valores", disse.

Num último esforço para tentar somar os votos necessários para barrar o pedido de afastamento de Dilma Rousseff, Lula da Silva referiu que ainda tem de conversar com governadores para ajudar ao processo.

O pedido de destituição do cargo tem como base as chamadas "pedaladas fiscais", atos ilegais resultantes da autorização de adiantamentos de verbas de bancos para os cofres do Governo para melhorar o resultado das contas públicas.

Se o pedido de impugnação de Dilma for aprovado na Câmara dos Deputados e, depois, no Senado, o vice-presidente, Michel Temer, assumirá interinamente o cargo.

Lusa

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