Jornada Mundial da Juventude

JMJ: Governo apresenta planos de segurança e mobilidade

Contornos são divulgados a pouco mais de duas semanas do arranque da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, que começa a 1 de agosto e termina no dia 6, e contará com a presenta do Papa Francisco.

FILIPE AMORIM/Lusa

SIC Notícias

A pouco mais de duas semanas do arranque oficial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Governo e a organização do evento revelaram esta sexta-feira os planos de segurança e mobilidade.

Os contornos são partilhados numa apresentação que conta com a presenta da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, o coordenador do grupo de projeto para a JMJ, José Sá Fernandes, e o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Paulo Vizeu Pinheiro.

“Vamos ter no nosso território durante pelo menos uma semana, concentrados na Área Metropolitana de Lisboa e sobretudo em Lisboa, um milhão a um milhão e meio de peregrinos. Isto diz bem aquilo que é a dimensão deste evento que nunca foi organizado em Portugal”, afirma a ministra Ana Catarina Mendes, antes de serem revelados os detalhes dos planos, sublinhando que “estamos perante um trabalho profissional”.

A governante destaca ainda uma das medidas do plano de segurança que já tinha sido revelada nos últimos dias, tratando-se da reposição de fronteiras, cuja resolução do Conselho de Ministros foi, precisamente, publicada esta sexta-feira em Diário da República. O controlo estará em vigor entre os dias 22 de julho e 7 de agosto.

Plano de segurança com “operação de grande escala” nas estradas

A apresentação do plano de segurança ficou a cargo de Paulo Vizeu Pinheiro, que destacou que este tem como objetivo atingir “os mais elevados padrões de segurança e ao mesmo tempo provocar o mínimo impacto possível” nos participantes da JMJ, mas também da população em geral.

“Será montada uma operação rodoviária de grande escala, que integra a PSP, GNR, INEM, Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Infraestruturas de Portugal e Brisa”, adiantou o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, acrescentando que serão criadas “quatro zonas de exclusão aérea em Lisboa e Fátima e limitações de exploração de 23 aeródromos”.

Os voos comerciais em Lisboa e Cascais “são permitidos, tendo de cumprir com as regras definidas” e vão ser reforçadas as medidas de controlo de drones.

No que às fronteiras diz respeito, haverá 21 pontos de passagem autorizados, mas com alguma “flexibilidade”, com controlos “aleatórios e direcionados em função da análise de risco”, continuou Paulo Vizeu Pinheiro.

A “necessidade de aumentar a resiliência das redes de comunicações de emergência” levou ainda a organização a garantir que, quer a rede rádio, quer a rede móvel, foi “substancialmente reforçada” nos recintos e outros locais onde se esperam grandes aglomerados de pessoas.

“Foram tornados prioritários 500 números de telemóvel de comandantes operacionais das forças e serviços de segurança, emergência médica e Proteção Civil”, referiu o responsável, sublinhando que o objetivo é de que "não haja nenhum lapso nas comunicações.

As operações vão envolver cerca de 16 mil elementos das forças de segurança, Proteção Civil e emergência médica.

Veja aqui todos os detalhes do plano de segurança apresentado pelo Governo esta sexta-feira.

Plano de mobilidade marcado pelo fator da “imprevisibilidade”

José Sá Fernandes introduziu a apresentação do plano de mobilidade, que se apresentava “com três grandes dificuldades”, a primeira relacionada com “a imprevisibilidade” que marca o evento.

“Ainda hoje não sabemos quantos peregrinos vêm ou como vêm”, explica o coordenador do grupo de projeto para a JMJ, destacando “o tempo” como a segunda grande dificuldade para a moldagem do plano de mobilidade.

Por fim, o terceiro item da lista: “Não trabalhámos sozinhos, trabalhámos com todos os nossos parceiros em conjunto”.

A fundação da JMJ estima que a cerimónia de abertura da JMJ, no Parque Eduardo VII e ainda sem o Papa Francisco, junte cerca de 300 mil participantes. Os eventos de dias 3 e 4 poderão chegar aos 750 mil peregrinos, trabalhando a organização “ao nível das estimativas”. Já no fim de semana, 5 e 6 de agosto, no Parque Tejo são esperados “até um milhão” de jovens.

Transportes reforçados com aluguer de autocarros

Tomando como certo que “os transportes públicos não vão chegar para transportar todos os peregrinos”, a organização da JMJ considerou necessário o aluguer de autocarros.

Entre os dias 1 e 4 de agosto serão disponibilizados por dia mais 354.000 lugares nos transportes públicos, dos quais 119.000 no modo rodoviário, 90.000 em comboios, 143.000 em metro e metro de superfície e 2.000 em barcos.

Quanto aos dias 5 e 6, está prevista a disponibilização diária de mais 780.000 lugares, sendo 429.000 de modo rodoviário, 170.000 em comboios, 154.000 em metro/metro de superfície e 27.000 em barcos.

O reforço da oferta foi consensualizado com a CP - Comboios de Portugal, Metropolitano de Lisboa, Carris, Carris Metropolitana, Fertagus, Metro Transportes do Sul e Transtejo/Soflusa.

O terminal da Carris Metropolitana no Marquês de Pombal será relocalizado na zona da Praça de Espanha, para continuar a garantir a ligação à linha azul do Metro de Lisboa.

Conheça aqui todos os contornos do plano de mobilidade para a JMJ.

Acessibilidades em Lisboa e Loures geram tensão

Estes planos são apresentados dias depois da Câmara de Lisboa ter divulgado o seu próprio plano de acessibilidades às zonas onde decorrem os principais eventos da JMJ e que contam com a presença do Papa Francisco: o Parque Eduardo VII, o Parque Tejo e o Passeio Marítimo de Algés. Este avanço da autarquia liderada por Carlos Moedas criou alguns atritos com o município de Loures, já que parte dos percursos interditos ao trânsito fazem parte deste concelho vizinho de Lisboa.

A JMJ arranca oficialmente a 1 de agosto, com o Papa Francisco a aterrar em Lisboa no dia seguinte, partindo para Roma no dia 6. Entre os vários eventos e cerimónias, fará uma visita ao Santuário de Fátima.

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