Invasão em Brasília

Ex-ministro de Bolsonaro vai regressar ao Brasil para se apresentar à Justiça

No Twitter, Anderson Torres escreveu que sempre pautou as suas ações “pela ética e pela legalidade”. O regresso ao país acontece na sequência da invasão em Brasília.

Eraldo Peres

SIC Notícias

Lusa

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que se encontra nos Estados Unidos, anunciou que vai regressar ao Brasil para se apresentar à justiça.

"Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei-me apresentar à justiça e cuidar da minha defesa", escreveu no Twitter.

"Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá", acrescentou.

Estas declarações acontecem depois do juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ter decretado a detenção de Anderson Torres.

A Polícia Federal cumpriu o mandado durante a tarde de terça-feira na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do Governo de Jair Bolsonaro e que, até domingo, era o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, quando manifestantes radicais invadiram as sedes dos três poderes do Brasil.

Anderson Torres tinha sido exonerado, no domingo, pelo governador do Distrito Federal, que horas depois também seria suspenso do cargo por 90 dias numa decisão tomada pelo mesmo juiz.

Esta terça-feira, Alexandre de Moraes determinou a detenção do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) coronel Fábio Augusto Vieira, exonerado na segunda-feira na sequência à invasão de radicais às sedes dos três poderes do Brasil.

A decisão foi tomada pelo juiz Alexandre de Moraes que, horas antes desta decisão disse que "as instituições vão punir todos os responsáveis. Os que praticaram os atos, os que os financiaram, os que os incentivaram, por ação ou omissão".

A invasão em Brasília

Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

A Polícia Militar conseguiu recuperar o controlo das sedes dos três poderes, numa operação de que resultaram cerca de 1.500 detidos.

A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios.

Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.

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