O fogo que começou em Sabrosa, em Vila Real, dominado esta madrugada, foi o último a ficar resolvido.
Perdi. A palavra que mais se repete depois de um incêndio. Com a passagem do fogo, agora dominado, é hora de fazer contas ao prejuízo.
"Perdi uma carrinha, um barracão, cinco ou seis matas."
Na freguesia de Paços, o antes e o depois. Imagens mostram o impacto de um incêndio que reduziu terrenos a cinzas.
Pequenos e grandes negócios foram afetados, incluindo o de uma família de Póvoa de Varzim que acreditou no interior.
"Deixa-me triste. Posso fazer renascer isto, mas eu sei que daqui a uns anos vai arder o mesmo. Tem de se limpar os terrenos às volta das casas para que no próximo ano não seja preciso tirar pessoas de casa."
Arderam cerca de três hectares de exploração de mirtilos. Sete anos de trabalho que, segundo os donos, foi deixado ao abandono.
"Foram momentos difíceis ontem em que isto esteve uma seis horas abandonado a arder. Depois de entrarmos em direto na reportagem da SIC, coincidência ou não, apareceram os bombeiros."
Ardeu também mato, pinhal e o fogo lavrou entre aldeias. Os populares queixam-se de falta de meios, conhecimento do território e organização.
Foi o terceiro grande fogo que atingiu o concelho de Sabrosa este verão. Nos dois primeiros incêndios na região arderam cerca de 1.500 hectares. O impacto deste último ainda está a ser avaliado.
Depois de noites de sobressalto e de um fim de semana que ainda deu muito trabalho aos bombeiros e à população, fica a calmaria inquieta de quem teme novas ignições e reacendimentos.