Guerra Rússia-Ucrânia

Ucrânia sugere resposta "enérgica" a incursão de caças russos na Estónia

O Governo da Estónia denunciou, esta sexta-feira, a entrada de três caças russos no espaço aéreo do país, onde alegadamente permaneceram, sem permissão, 12 minutos, e convocou o representante de Moscovo (encarregado de negócios) para protestar perante tal incidente.

Volodymyr Zelensky
Gregorio Borgia

Lusa

O governo da Ucrânia sugeriu, esta sexta-feira, uma resposta "verdadeiramente forte" e "enérgica" da NATO à incursão de caças russos no espaço aéreo da Estónia, denunciando um crescendo de "arrogância e agressividade" de Moscovo.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou o incidente como "escandaloso".

"As atividades desestabilizadoras da Rússia estão a espalhar-se para novos países e em novas direções", afirmou o chefe de Estado ucraniano, que lida há quase quatro anos com uma invasão russa em grande escala, e que tem contado com o apoio logístico e militar de aliados NATO.

"Esta é uma campanha sistemática travada pela Rússia contra a Europa, contra a NATO, contra o Ocidente. E isso exige uma resposta sistemática", argumentou Zelensky, apelando a "medidas enérgicas".

O Governo da Estónia denunciou, esta sexta-feira, a entrada de três caças russos no espaço aéreo do país, onde alegadamente permaneceram, sem permissão, 12 minutos, e convocou o representante de Moscovo (encarregado de negócios) para protestar perante tal incidente.

A Estónia anunciou ainda que vai solicitar à NATO a ativação do artigo 4.º do Tratado do Atlântico, que prevê consultas entre aliados em caso de ameaça, após a violação do seu espaço aéreo pelos caças russos.

"A incursão (...) constitui uma nova escalada da Rússia e uma ameaça direta à segurança transatlântica", publicou no X o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andriy Sybiga.
"Até receber uma resposta verdadeiramente forte, [a Rússia] só se tornará mais arrogante e agressiva", adiantou.

Resposta "rápida e decisiva" da Aliança Atlântica

 O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, saudou, esta sexta-feira, a resposta "rápida e decisiva" da Aliança Atlântica à incursão de aviões de combate russos nos céus da Estónia, após ter falado com o primeiro-ministro da Estónia, Michal Kristen.

De acordo com um responsável da NATO, que falou sob anonimato e citado pelas agências internacionais, F-35 italianos, aviões de combate fabricados nos Estados Unidos, intervieram para intercetar os caças russos.

Rutte referiu nas redes sociais que os três caças russos MiG-31 foram intercetados no âmbito da nova iniciativa militar "Sentinela Oriental", lançada na semana passada para reforçar a defesa do flanco leste da NATO.

O Quartel-General Supremo das Potências Aliadas da NATO na Europa (SHAPE) referiu que, além dos caças F-35 da Força Aérea Italiana atualmente posicionados na Base Aérea de Ämari, responderam ao incidente aeronaves de reação rápida da Suécia e da Finlândia.

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