As populações de Pedrógão Grande passaram, no último fim de semana, por momentos de aflição, com aldeias a serem evacuadas. Os fogos foram rapidamente controlados, mas a memória da tragédia de 2017 está sempre presente.
Ainda que agora sem mortos ou feridos. O fogo em Pedrógão continua na memória viva de quem não esquece a aflição de ver arder.
"Felizmente tivemos os meios que não tivemos em 2017", afirma Dina Duarte, presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande.
Duas dezenas de meios aéreos e mais de uma centena de bombeiros logo enviados numa fase inicial de combate escreveram a história do regresso do fogo a Pedrógão de maneira diferente.
O fogo, também com ignição num sábado, como em 2017, evoluiu para outras populações que não as mais afetadas há oito anos. E em locais que tiveram agora ordens de retirada de casas.
“Só peço que, no futuro, quando evacuarem aldeias, digam às pessoas para onde devem ir por um caminho seguro. Que não as mandem por estradas onde potencialmente está fogo ou pode haver fogo”, alerta Dina Duarte.
"Mudanças não foram suficientes"
A comparação com 2017 é inevitável. As lições de há oito anos já haviam sido reavivadas pelo Presidente da República, quando, na semana passada, falou numa avaliação sobre o que mudou ou o que deveria ter mudado.
“A conclusão a que poderá chegar-se no futuro é que as mudanças não foram suficientes e poderá ir-se mais fundo”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.
Este domingo, já com Pedrógão em rescaldo, o candidato presidencial Luís Marques Mendes voltou ao assunto, para defender que, antes do novo pacto para as florestas anunciado por Luís Montenegro, é preciso avaliar se foram na direção certa e cumpridas as medidas tomadas depois dos incêndios de 2017.