Incêndios em Portugal

‘Os Bombeiros da Terra’: aldeia de Castro Daire defendida pelos habitantes

O incêndio durou quatro noites em Courinha. Crianças e adultos ignoraram o pedido de evacuação e ajudaram a defender as casas.  

Diogo Torres

Daniela Alves

José Ribeiro

Durante quatro noites de fogo, uma aldeia de Castro Daire foi defendida pelos habitantes. Crianças e adultos ignoraram o pedido de evacuação e, sem bombeiros no terreno, conseguiram defender casas e algumas explorações agrícolas.

Não vestiram os fatos. Não calçaram as botas. Não conduziram os camiões. Mas chamam-lhes agora ‘Os Bombeiros da Terra’.

Durante quatro noites, um grupo de populares uniu forças para salvar Courinha.

A aldeia de Castro Daire, distrito de Viseu, viu-se cercada pelas chamas na segunda-feira à noite. O fogo veio de Soutelo, Vila Boa, Ribolhos e Carvalhal.

“Foram dias e noites muito difíceis”, confessou um dos populares que ajudou no combate às chamas.

Ainda pensam no que viveram na semana passada. Começaram por defender a aldeia e até as crianças da terra ajudaram a proteger casas.

Os bombeiros ainda apareceram para retirar os cerca de 200 habitantes de Courinha. Os que cá estavam continuaram. Ignoraram o pedido de evacuação. Salvaguardaram apenas os mais velhos e os mais frágeis.

Salvaram todas as casas, mas não os barracões e as explorações agrícolas. Hectares reduzidos a cinzas na terra conhecida como aldeia florida.

Em Courinha, e nas outras aldeias, acumulam-se prejuízos provocados pelo incêndio de Castro Daire. A chuva ajudou a apagá-lo na quinta-feira à noite. A terra ainda recupera do incêndio.

 

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