Durante quatro noites de fogo, uma aldeia de Castro Daire foi defendida pelos habitantes. Crianças e adultos ignoraram o pedido de evacuação e, sem bombeiros no terreno, conseguiram defender casas e algumas explorações agrícolas.
Não vestiram os fatos. Não calçaram as botas. Não conduziram os camiões. Mas chamam-lhes agora ‘Os Bombeiros da Terra’.
Durante quatro noites, um grupo de populares uniu forças para salvar Courinha.
A aldeia de Castro Daire, distrito de Viseu, viu-se cercada pelas chamas na segunda-feira à noite. O fogo veio de Soutelo, Vila Boa, Ribolhos e Carvalhal.
“Foram dias e noites muito difíceis”, confessou um dos populares que ajudou no combate às chamas.
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Ainda pensam no que viveram na semana passada. Começaram por defender a aldeia e até as crianças da terra ajudaram a proteger casas.
Os bombeiros ainda apareceram para retirar os cerca de 200 habitantes de Courinha. Os que cá estavam continuaram. Ignoraram o pedido de evacuação. Salvaguardaram apenas os mais velhos e os mais frágeis.
Salvaram todas as casas, mas não os barracões e as explorações agrícolas. Hectares reduzidos a cinzas na terra conhecida como aldeia florida.
Em Courinha, e nas outras aldeias, acumulam-se prejuízos provocados pelo incêndio de Castro Daire. A chuva ajudou a apagá-lo na quinta-feira à noite. A terra ainda recupera do incêndio.