Incêndios em Portugal

Proteção Civil alerta: chuva pode trazer escoada de detritos dos fogos e atingir casas

As mudanças meteorológicas verificadas a partir desta quinta-feira podem ajudar a apagar os fogos, mas a chuva traz outros riscos para quem vive nas áreas que arderam. Penalva do Castelo, Castro Daire e Alvarenga são, nesta altura, os fogos mais preocupantes.

Rita Carvalho Pereira

A Proteção Civil alerta que, com a mudança das condições meteorológicas e a previsão de aguaceiros, há potencial de escoadas de detritos dos incêndios. O comandante nacional André Fernandes pede, por isso, que sejam tomadas precauções.

Num ponto de situação dos incêndios que atingem o país, feito esta tarde, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o comandante nacional avisou que o tempo vai mudar e que está prevista a chegada de chuva em todo o país.

“A partir das 20h00, é previsível que haja aguaceiros em todo o território continental", notou André Fernandes, acrescentando que serão até emitidos avisos amarelos para a precipitação, que pode ser “pontualmente forte”.

Por esse motivo, alerta, há potencial de “fenómenos de escoadas de detritos” dos incêndios. As áreas que arderam estão agora mais expostas e pode haver escorrência, com detritos a atingir a via pública e habitações.

O comandante nacional da Proteção Civil apela, por esse motivo, que sejam tomadas medidas preventivas e que se procure fazer a desobstrução das áreas que arderam.

Penalva do Castelo, Castro Daire e Alvarenga são os fogos mais preocupantes

André Fernandes adiantou que, nesta altura, há 18 incêndios em curso. As situações que geram maior preocupação são os fogos em Penalva do Castelo e em Castro Daire, na sub-região de Viseu Dão Lafões, e em Alvarenga, na Área Metropolitana do Porto.

Quanto aos incêndios que mais trabalho deram nos últimos dias - em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda -, a situação está já dominada, com os incêndios estão em resolução.

Ainda assim, assegura o comandante nacional da Proteção Civil, o dispositivo vai manter-se no terreno, uma vez que pode haver reativações com alguma intensidade.

“Carece ainda de preocupação e acompanhamento", sublinhou.

André Fernandes afirma que “as próximas 12 horas ainda serão complexas”. Isto porque é expectável que haja “vento intenso” em áreas onde ainda há incêndios.

“É preciso ter atenção às rotações dos ventos e às alterações das frentes de fogo ainda ativas”, alertou.

Questionado quanto à permanência dos meios aéreos europeus e marroquinos que vieram em socorro de Portugal, o comandante adianta que estes devem começar a ser desmobilizados esta sexta-feira.

No entanto, os meios terrestres vindos de Espanha ainda devem ficar em território português. “Importa acautelar que não haja mais reativações”, repetiu.

Mais 13 feridos

Desde quarta-feira, adianta a Proteção Civil, foram registados mais 13 feridos ligeiros (dez agentes de Proteção Civil e três civis), além de terem sido ainda assistidos outros três agentes de Proteção Civil.

Assim, o total de vítimas acumuladas desde dia 16 de setembro sobe para 166: 71 assistidos, 78 feridos ligeiros, 12 feridos graves e cinco vítimas mortais.

Em termos de planos de emergência acionados, há quatro distritais e 13 municipais.

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