O incêndio na Madeira continua com dois focos ativos, na Encumeada e no Paul da Serra. Na Furna, no concelho da Ribeira Brava, vão ser retiradas de casa cerca de 60 pessoas. Contudo, as autoridades consideram que a situação está "mais tranquila".
"Aparentemente, estamos numa situação mais tranquila", refere Pedro Ramos, secretário regional da Proteção Civil, no 'briefing' do incêndio na Madeira. Isto porque o aviso laranja do Instituto Português do Mar e da Atmosfera para o tempo quente passará a amarelo e o vento, que tem dificultado o combate às chamas, deverá diminuir a intensidade.
Ainda assim, cerca de 60 pessoas vão ser retiradas de casa por precaução na zona da Furna, no concelho de Ribeira Brava, onde há um foco ativo. Vão ficar alojadas no Pavilhão da Ribeira Brava.
Além disso, mantêm-se ativos os focos na Encumeada (Ribeira Brava) e no Paul da Serra (Ponta do Sol), adianta o responsável da Proteção Civil, e houve uma reativação no Curral das Freiras, em Câmara de Lobos, município onde se mantém uma vigilância permanente.
Uma bombeira, da Região Autónoma dos Açores, "necessitou de cuidados de saúde" por exaustão, informa o secretário regional da Proteção Civil na conferência de imprensa. Foi transportada para o Hospital do Funchal.
Até ao momento, não há registo de feridos nem de habitações consumidas pelas chamas.
O responsável da Proteção Civil reconhece os "danos emocionais" do incêndio. Contudo, garante que a Madeira tem "todas as condições para o combate" às chamas.
De acordo com Pedro Ramos, ao final da tarde desta segunda-feira, estavam no terreno mais de 150 operacionais, apoiados por 40 veículos e um meio aéreo. A força especial enviada pelo Continente encontra-se no Paul da Serra e na Encumeada, acrescenta, numa força conjunta com outras autoridades.
O incêndio começou na passada quarta-feira no concelho da Ribeira Brava, na Madeira, e alastrou a outros municípios. Nos últimos cinco dias, arderam mais de 7 mil hectares de floresta. O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas.
Na antena da SIC Notícias, esta segunda-feira, Paulo Pimenta de Castro, presidente da Associação Nacional de Ambiente, alerta que a área ardida na Madeira corresponde já a mais de metade da cidade de Lisboa e que levará "muitos anos a recuperar".
Até domingo, tinham sido retiradas de casa 160 pessoas. Todas as pessoas, à exceção das de Fajã das Galinhas, onde a situação está a ser avaliada, já tinha regressado, esta segunda-feira ao final do dia, às suas habitações.
Os satélites do serviço europeu Copernicus captaram a extensa coluna de fumo provocada pelo incêndio da Madeira. Tem 130 quilómetros de comprimento, o que a torna visível a partir do espaço.