O Presidente da Polónia começou a recuar e diz agora que é urgente resolver a crise diplomática com a Ucrânia. Garante também que o primeiro-ministro do país foi mal interpretado quando anunciou que iria deixar de enviar armas para Kiev.
O chefe de Estado polaco admite que não gostou de ver o homólogo ucraniano sugerir nas Nações Unidas que há aliados com duas faces.
"Estava de facto amargurado, havia emoções muito claras do outro lado, porque é difícil dizer que não havia emoções depois de tal declaração do Presidente Zelensky, elas estavam certamente presentes", confessou Andrzej Duda.
Considera também que as palavras do Governo nacionalista de Varsóvia, que já está em campanha interna para as legislativas de outubro, foram mal interpretadas:
"Na minha opinião, o primeiro-ministro disse isto: "Não vamos ceder à Ucrânia as novas armas que estamos a comprar como parte da modernização do exército polaco".
O chefe de Estado da Polónia procurou colocar água na fervura, mas há quem prefira lançar achas para a fogueira. É o caso de Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, que admitiu que a Rússia já tinha previsto que a "fricção" entre Kiev e Varsóvia iria acontecer.
O mal-estar começou depois de Polónia, Hungria e Eslováquia terem proibido a importação de cereais da Ucrânia, numa clara violação das regras comunitárias.
Zelensky continua viagem pela América do Norte
A crise diplomática instalou-se na altura em que Volodymyr Zelensky continua o périplo pela América do Norte.
A visita surpresa ao Canadá, no final desta quinta-feira, acontece já depois da passagem pelos EUA, onde garantiu um novo pacote de ajuda mais de 300 milhões de euros.
A passagem pela Casa Branca foi feita depois da visita ao cada vez mais dividido Congresso norte-americano. O chefe de Estado da Ucrânia explica que os 22.000 milhões de dólares que continuam bloqueados no Congresso são urgentes para reforçar a tímida contraofensiva que está em curso.
Moscovo diz ter travado ataque ucraniano
Esta manhã, Moscovo diz ter travado um ataque de Kiev à região da Crimeia ocupada, mas, pelo menos, um míssil atingiu o quartel-general da frota russa no Mar Negro.