Em janeiro de 2022, um mês antes do início da invasão, viviam em Huliaipole perto de 13 mil pessoas. A esmagadora maioria saiu da cidade que está semidestruída, tal como muitas das vidas de quem lá morava ou ainda mora.
Liuba tem 75 anos e nenhum plano para deixar a pequena cidade fantasma, situada na linha invisível que separa as forças ucranianas e russas, na região de Zaporíjia.
“Caiu uma bomba [perto da minha casa]. A garagem, a cozinha, a casa… ficou tudo danificado. Os vidros partiram-se”, disse Liuba.
Os últimos resistentes cabem quase todos num local que serve como café, mercearia, cabeleireiro, ou até abrigo. O Ponto da Invencibilidade abriu em maio, numa cave. É um dos poucos locais da cidade onde ainda é possível carregar o telemóvel e encontrar pessoas.
Svitlana é a mãe das duas únicas crianças que ainda vivem por lá. Uma tem dois anos e outra oito. Os dois filhos mais velhos estão em Dnipro, onde estudam.
“Sou responsável pelos meus filhos. A responsabilidade é minha. Sei muito bem o que estou a fazer e o que tenho de fazer. Há mísseis a cair por todo o lado. Dizem-nos para fugirmos para Zaporíjia (…), mas não está a salvo dos ataques”.