Guerra Rússia-Ucrânia

Ucrânia: Bielorrússia recusa-se a expulsar Grupo Wagner após "exigências estúpidas"

As considerações do Presidente bielorrusso surgem após a Polónia e os Estados Bálticos exigirem que Lukashenko expulsasse o Grupo Wagner da Bielorrússia, considerando uma ameaça à sua própria segurança.

Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko
Alexander Zemlianichenko

Lusa

SIC Notícias

O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, qualificou esta quinta-feira como "exigências irracionais e estúpidas" os pedidos da Polónia e dos Estados Bálticos para que expulse os mercenários Wagner da Bielorrússia, na sequência da morte do chefe do grupo.

"Os líderes da Polónia e dos Estados Bálticos estão a provocar histeria sobre a presença" do Grupo Wagner na Bielorrússia, disse Lukashenko ao Conselho de Segurança bielorrusso em Minsk, segundo a agência francesa AFP.

A Polónia e os Estados Bálticos exigiram na segunda-feira que Lukashenko expulsasse o Grupo Wagner da Bielorrússia, que consideram uma ameaça à sua própria segurança.

Lukashenko acusou a Polónia e os países bálticos de fazerem exigências numa altura em que estavam a "aumentar os orçamentos militares e a concentrar grandes formações militares" na fronteira com a Bielorrússia.

"Não deve haver um único soldado estrangeiro na Polónia, na Lituânia ou nos outros Estados Bálticos", insistiu, referindo-se às forças destacadas no âmbito da NATO.

Lukashenko disse que só depois da retirada das forças da NATO é que os países vizinhos teriam o direito de protestar contra a presença de militares estrangeiros na Bielorrússia.

"Caso contrário, trata-se de exigências irrazoáveis e estúpidas, nem sequer são pedidos ou propostas, mas sim exigências", afirmou, citado pela agência bielorrussa Belta.

Lukashenko disse ainda que a Bielorrússia estava disposta a "restabelecer relações com os seus vizinhos", mas as propostas de Minsk foram "recebidas com acusações e ameaças".

Chegada do Grupo Wagner à Bielorrússia

O fundador e líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, morreu num acidente de avião em 23 de agosto, segundo as autoridades russas, dois meses depois de se ter revoltado contra as chefias militares de Moscovo.

A breve rebelião terminou com um suposto acordo mediado por Lukashenko, no âmbito do qual milhares de efetivos do Grupo Wagner se transferiram para a Bielorrússia depois de terem combatido na Ucrânia.

Vizinha da Rússia e da Ucrânia, a Bielorrússia é aliada de Moscovo na guerra contra Kiev iniciada em 24 de fevereiro de 2022.

A Bielorrússia também tem fronteiras com a Polónia, a Lituânia e a Letónia, três países membros da NATO e da União Europeia (UE).

Na sequência da presença dos mercenários do Grupo Wagner, a Polónia e a Lituânia ergueram cercas ao longo das fronteiras com a Bielorrússia e Varsóvia anunciou o envio de até 10.000 soldados para reforçar a segurança fronteiriça.

Em 18 de agosto, a Lituânia fechou dois dos seis postos fronteiriços com a Bielorrússia, em reação à presença dos efetivos do Grupo Wagner.

A Rússia, pelo seu lado, está a transferir armas nucleares táticas para a Bielorrússia.

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