A queda do avião onde seguia o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, é apenas o último episódio de uma lista de mortes suspeitas e cujos contornos poderão nunca ficar completamente esclarecidos. Nos últimos anos, dezenas de empresários russos ligados ao Kremlin foram encontrados mortos e o caso mais surpreendente é o do multimilionário Alexander Subbotin.
Em maio de 2022, perto da capital russa, o multimilionário terá pedido a dois xamãs para o ajudarem a curar uma ressaca. O ritual passava por fazer um corte na pele e usar veneno de sapo na ferida. No dia seguinte ao ritual, Subbotin apareceu morto. A autópsia indicava um ataque cardíaco.
Uma (já longa) lista de mortes suspeitas
No verão do ano passado, o deputado Pavel Antonov disse que a guerra na Ucrânia era um terror. Meses mais tarde, o político russo terá caído num hotel, na Índia, e não resistiu aos ferimentos.
Abril de 2022, Lloret del Mar, as autoridades espanholas encontraram Sergey Protosenya enforcado no jardim da própria habitação. Junto ao corpo estava uma faca e um machado. A mulher e a filha foram descobertas nos quartos, com sinais de esfaqueamento. O caso foi investigado como se tratando de violência doméstica.
Ao jornal britânico Daily Mail, o filho mais velho disse que não sabia o que tinha acontecido, mas tinha a certeza de que o pai nunca faria mal à mãe e à irmã.
As ligações ao Kremlin e às empresas de gás e petróleo da Rússia são o denominador comum entre estas figuras.
O número de mortes consideradas estranhas por vários especialistas aumentou desde o início da guerra, mas a especulação sobre se seriam encomendas de Putin não é de agora.
Uma investigação do jornal norte-americano USA Today concluiu que 38 empresários e oligarcas russos ligados ao Kremlin tinham morrido em circunstâncias misteriosas, entre 2014 e 2017.