Guerra Rússia-Ucrânia

Ucrânia: fuga de água em reator de Zaporíjia motiva encerramento

Um dos reatores da central nuclear ucraniana de Zaporíjia, controlada pelas forças russas, foi colocado em "encerramento a frio" após a deteção de uma fuga de água num dos geradores.

Central Nuclear de Zaporíjia
ALEXANDER ERMOCHENKO

Lusa

SIC Notícias

Um dos reatores da central nuclear ucraniana de Zaporíjia (ZNPP), controlada pelas forças russas, foi colocado em "encerramento a frio" após a deteção de uma fuga de água num dos geradores, foi esta quinta-feira divulgado.

"O ZNPP colocará a unidade '4' em encerramento a frio para determinar a causa precisa da fuga de água detetada e realizar a manutenção para reparar o gerador de vapor afetado", frisou a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), em comunicado.

Apesar do incidente, não foi detetada qualquer emissão de radioatividade, acrescentou a agência da ONU.

A AIEA, que conta com uma equipa de inspetores na central nuclear, divulgou também que o reator '6' entrará em "desligamento a quente" nos próximos dias, para produzir vapor, que é utilizado para diferentes operações de segurança, como o processamento de lixo nuclear líquido.

A agência defendeu também que o caminho mais seguro para a central nuclear passaria por instalar equipamentos externos de geração de vapor.

A AIEA divulgou ainda que a linha principal de alimentação foi esta quinta-feira desligada e que a central teve de recorrer a uma ligação de apoio, sem ter, no entanto, de recorrer a geradores de emergência, como já ocorreu várias vezes no passado.

"Os repetidos cortes na ligação elétrica ressaltam a contínua e precária situação de segurança e proteção nuclear na usina", sublinhou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.

Inspeções à central nuclear

As inspeções da semana passada não detetaram a presença de minas ou explosivos em novos locais, mas confirmou a existência destes artefactos em locais já detetados em 23 de julho, acrescentou a agência da ONU.

No início de julho a Ucrânia acusou Moscovo de preparar uma provocação, com o Exército de Kiev a garantir que nos telhados dos reatores 3 e 4 "estavam colocados objetos semelhantes a engenhos explosivos".

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a AIEA exige que seja criada uma zona de segurança ao redor da central.

Depois de ter caído nas mãos do Exército russo em 04 de março de 2022, a maior central elétrica da Europa foi alvo de um incêndio e teve a rede elétrica cortada por diversas vezes, uma situação precária que faz recear um acidente nuclear.

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