Guerra Rússia-Ucrânia

Polónia reforçará fronteira com a Bielorrússia com mais 10 mil militares

A Polónia já tem dois mil soldados na fronteira com a Bielorrússia, bem como mais de cinco mil elementos da guarda fronteiriça e 500 efetivos da polícia de choque.

SIC Notícias

Lusa

A Polónia vai aumentar para cerca de 10 mil soldados a força militar na fronteira com a Bielorrússia, aliada da Rússia, como forma de dissuasão, anunciou esta quinta-feira o ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak.

Inicialmente, as autoridades polacas tinham anunciado um reforço de mil soldados, que passou para dois mil na quarta-feira, a enviar dentro de duas semanas.

"Cerca de 10 mil soldados estarão na fronteira: quatro mil apoiarão diretamente a Guarda de Fronteiras e seis mil estarão na reserva", disse Blaszczak, ao canal público Polskie Radio, citado pela agência espanhola EFE.

A Polónia já tem dois mil soldados na fronteira com a Bielorrússia, bem como mais de cinco mil elementos da guarda fronteiriça e 500 efetivos da polícia de choque.

A Polónia, membro da NATO e da União Europeia (UE), alertou recentemente para a ameaça de provocações da Bielorrússia e para potenciais perigos devido à presença do grupo mercenário russo Wagner no país vizinho.

Combatentes do Grupo Wagner, que esteve ativo na guerra contra a Ucrânia em curso desde 24 de fevereiro de 2022, foram transferidos para a Bielorrússia após uma breve rebelião contra a hierarquia militar russa em junho.

A Polónia e outros países do flanco oriental da NATO acusaram o líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, de abrir a rota migratória num ato de "guerra híbrida" destinado a criar instabilidade no Ocidente, segundo a agência norte-americana AP.

De acordo com Varsóvia, 19 mil migrantes tentaram entrar na Polónia desde o início do ano, em comparação com 16 mil em todo o ano de 2022. Em julho, as tentativas envolveram mais de quatro mil migrantes.

Na entrevista à rádio polaca, o ministro da Defesa qualificou como uma provocação uma declaração aprovada na quarta-feira, em Minsk, numa reunião de forças patrióticas da Bielorrússia que apoiam o Presidente Alexander Lukashenko.

Na declaração dirigida aos "irmãos polacos", citada pelas agências bielorrussa Belta e polaca PAP, as forças patrióticas acusam Varsóvia de declarações que "alimentam a chama da guerra".

"Estamos determinados a defender o nosso lar, as nossas famílias e a nossa sagrada Pátria. A História conhece muitos exemplos de como os bielorrussos rejeitaram a invasão do Ocidente. Não se apressem a experimentar isso", afirmam.

"É claro que se trata de uma provocação", reagiu o ministro Blaszczak na rádio pública.

"Temos de estar preparados para vários cenários, não excluímos nada. É por isso que decidimos deslocar tropas para a fronteira para intimidar o agressor", acrescentou.

Na semana passada, Varsóvia denunciou a incursão de dois helicópteros bielorrussos no espaço aéreo polaco, com o Ministério da Defesa da Bielorrússia a descrever as acusações como rebuscadas.

Segundo Minsk, as acusações de Varsóvia servem para "justificar a acumulação de forças e equipamento militar perto da fronteira bielorrussa".

O ministro polaco disse também que aceitou uma proposta da Alemanha para que os lançadores de mísseis Patriot alemães permaneçam na Polónia até ao final do ano.

"Esta é uma boa solução, que irá complementar o nosso sistema de defesa aérea enquanto os nossos próprios sistemas Patriot não chegam", disse Blaszczak.

O Departamento de Estado norte-americano aprovou há alguns meses a venda à Polónia de 48 lançadores de mísseis Patriot, 600 PAC ('Patriot Advanced Capabilities') e três sistemas MSE ('Missile Segment Enhanced') por cerca de 15 mil milhões de euros.

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