Guerra Rússia-Ucrânia

Putin diz que tropas russas repeliram "todas as tentativas de contraofensiva"

Nas últimas horas, Kiev anunciou que as suas forças estavam a avançar em duas frentes no sul da Ucrânia, procurando romper as linhas defensivas russas.

Putin discursa durante a Cimeira Rússia-África, em São Petersburgo.
Pavel Bednyakov

Lusa

SIC Notícias

O Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu, esta quinta-feira, que o exército ucraniano lançou uma nova contraofensiva na região sul de Zaporijia, anexada no ano passado pelo Kremlin.

Num discurso transmitido pela televisão pública, Putin alegou que Kiev perdeu mais de 200 soldados nas últimas 24 horas durante o ataque, enquanto as tropas russas sofreram 10 vezes menos baixas.

"O inimigo não teve sucesso em nenhum dos setores da frente. Todas as tentativas de contraofensiva foram repelidas. O inimigo foi repelido com pesadas perdas", disse Putin.

O líder russo alegou também que o inimigo utilizou "um grande número de viaturas blindadas", cerca de 50, das quais 39, incluindo 26 tanques, teriam sido destruídas, acrescentando que 40% desse equipamento militar ucraniano foi destruído pela aviação russa e o restante pelas divisões localizadas no solo.

"Os nossos soldados e oficiais deram o melhor exemplo de heroísmo", assegurou Putin, anunciou que estes soldados serão premiados. Nesta nova vaga de contraofensiva, o exército ucraniano procurar recuperar o controlo da central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa, e, a longo prazo, da cidade de Melitopol.

O controlo de Zaporijia é considerado essencial para garantir o corredor terrestre estabelecido pela Rússia entre Donbass e a península anexa da Crimeia, ao longo do Mar de Azov.

Kiev disse que está a avançar em duas frentes no sul do país

Nas últimas horas, Kiev anunciou que as suas forças estavam a avançar em duas frentes no sul da Ucrânia, procurando romper as linhas defensivas russas.

De acordo com relatos do jornal norte-americano The New York Times, oficiais dos EUA informaram que as Forças Armadas ucranianas se tinham envolvido numa nova vaga de contraofensiva no sudeste do país, reforçando as suas posições em três frentes, incluindo a região de Zaporijia.

Um dos objetivos desta nova contraofensiva é a cidade ocupada de Melitopol, que as forças ucranianas consideram ser um ponto fulcral para cortar a ligação das forças russas entre o leste e o sul.

Segundo o jornal norte-americano, a Ucrânia estará também a procurar avançar noutras duas frentes, para leste, em direção a Bakhmut, e para sul, em direção a Berdiansk, uma cidade portuária a cerca de 100 quilómetros de Melitopol.

Conflito começou em fevereiro de 2022

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, segundo dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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