O comité de segurança da Polónia decidiu na quarta-feira mover unidades militares para o leste do país devido à presença do Grupo Wagner na Bielorrússia, informou a agência de notícias estatal PAP, citando o responsável do organismo, Zbigniew Hoffmann.
O chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, apareceu num vídeo divulgado na quarta-feira dando as boas-vindas aos seus combatentes à Bielorrússia, dizendo-lhes que não participariam, por enquanto, na guerra na Ucrânia mas dando-lhes ordens para que reúnam as suas forças para ir para África enquanto treinam o exército bielorrusso.
Na quinta-feira, o ministério da Defesa bielorrusso disse que os mercenários Wagner começaram a treinar forças especiais bielorrussas numa base militar a apenas alguns quilómetros da fronteira com a Polónia, membro da NATO.
"O treino ou exercícios conjuntos do exército bielorrusso e do Grupo Wagner é sem dúvida uma provocação", disse Zbigniew Hoffmann à agência PAP, citada pela Reuters.
"O comité analisou as possíveis ameaças, como a deslocação de unidades do Grupo Wagner. Por isso, o ministro da Defesa Nacional, presidente do comité, Mariusz Blaszczak, decidiu deslocar as nossas formações militares do oeste para o leste da Polónia", anunciou.
Polacos com receio da guerra à sua porta
Quem vive perto da fronteira da Polónia com a Bielorrússia diz que na quinta-feira foram ouvidos tiros e helicópteros depois da notícia que o Grupo Wagner tinha chegada para treinar forças especiais bielorrussas, aumentando receios de que a guerra na Ucrânia os atinja.
O ministro da Defesa, Mariusz Blasczak, disse no início deste mês que a Polónia começou a deslocar mais de 1.000 soldados para o leste do país, além de 500 polícias para reforçar a segurança na fronteira com a Bielorrússia.