Guerra Rússia-Ucrânia

Rússia ameaça navios que se aproximem da Ucrânia após suspender acordo dos cereais

As Nações Unidas, que com a Turquia mediaram o acordo em vigor há um ano, garantem que vão continuar a tentar reverter a decisão russa, e assim evitar o perigo de uma catástrofe alimentar global.

SIC Notícias

Depois de se ter recusado a prolongar o acordo de exportação de cereais, em vigor há um ano, a Rússia ameaçou atacar qualquer navio que se aproxime de portos ucranianos.

Dos lados da fronteira, há preocupação, por parte do setor agrícola, mas os efeitos do bloqueio vão ser sentidos muito para além das águas do mar Negro.

Para além do infortúnio da guerra, ambos os países estão ligados pela geografia das planícies e estepes da região que a tornaram conhecida como o celeiro do mundo.

A não renovação do acordo da parte de Moscovo, que permitia exportar cereais e fertilizantes ucranianos e russos de forma segura através do mar negro causa ansiedade nos produtores no momento da colheita do que parece ser um ano particularmente fértil, mas as autoridades da região fronteiriça russa de Rostov, a mesma que testemunhou há menos de um mês as movimentações das tropas do grupo Wagner, recusam antecipar quais os próximos passos a tomar.

A Rússia já fez saber, através do Ministério da Defesa, que vai considerar como inimigos e potenciais transportadores de carga militar, quaisquer navios que percorram o mar negro em direção aos portos ucranianos. Mas, na Ucrânia, há quem desafie a ameaça.

Nas primeiras horas após o fim do acordo, o preço da transação do trigo já tinha subido cerca de 8%.

Para além dos efeitos locais e regionais, as consequências deverão ser ainda mais devastadoras para zonas do globo como a áfrica oriental onde, a par com a seca, conflitos armados e os desequilíbrios económicos ainda decorrentes da pandemia e a falta de alimentos já afeta 80 milhões de pessoas.

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