Guerra Rússia-Ucrânia

Adesão da Ucrânia à NATO? Há uma contradição "que não tem resolução"

Germano Almeida lembra que a entrada da Ucrânia é, por um lado, dizer que "a NATO toda está em guerra contra a Rússia". Por outro lado, "enquanto a Ucrânia não entrar na NATO, não terá as garantias de segurança que necessita".

Germano Almeida

SIC Notícias

A adesão da Ucrânia à NATO é um dos assuntos em cima da mesa na cimeira que tem início esta terça-feira em Vílnius, Lituânia. Germano Almeida sublinha que a entrada da Ucrânia na NATO seria uma declaração de guerra à Rússia, mas defende que enquanto Kiev não aderir à NATO não terá a quantidade de armamento suficiente para combater a Rússia.

“Há essa contradição, que neste momento, não tem resolução: a Ucrânia só pode entrar na NATO se não estiver em guerra, mas a Ucrânia está em guerra”, afirma Germano Almeida. “É verdade, como dizem muitos Aliados como por exemplo o Presidente Biden, que se a Ucrânia entrasse na NATO, o artigo 5º era automaticamente ativado e, portanto, no fundo era dizer, a NATO toda está em guerra contra a Rússia. Não pode acontecer.”

Por outro lado, “também é verdade que enquanto a Ucrânia não entrar na NATO, não terá as garantias de segurança que necessita perante uma situação concreta, que é a agressão russa”.

O comentador lembra que a guerra, em curso na Ucrânia desde fevereiro de 2022, “tem características e está a prolongar-se de tal modo”, que pode “não acontecer o momento em que a guerra acabou”.

“Como será possível à Ucrânia obter as garantias de segurança da NATO que, de facto, necessita?”, questiona Germano Almeida

Entrada da Suécia poder ser ser “a grande novidade”

A adesão da Suécia será outro dos assuntos em cima da mesa da cimeira da NATO. Germano Almeida avança que “vai haver novidades nas próximas horas”.

“O Presidente [turco] Erdogan vai reunir-se com o primeiro-ministro sueco Kristersson, que esteve na Casa Branca há uns dias. Erdogan vai também reunir-se de forma bilateral com Biden, já em Vílnius, possivelmente também relativamente a isso. Portanto, a entrada da Suécia pode ser a grande novidade dos próximos dias, vamos ver.”

Sobre a China, o comentador da SIC sublinha o alerta do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, o ano passado, em Madrid: “Não podemos cair com a China no erro e na armadilha que caímos com a Rússia.”

“No fundo, o que está a dizer, relativamente a países europeus, a excessiva dependência económica, comercial, industrial e até noutras matérias que estamos a ter com a China pode custar-nos cara mais longo prazo”, explica Germano Almeida, sublinhando que é um aviso de que “aquilo que está a acontecer na Ucrânia pode acontecer em Taiwan”.

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