O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que está em constante contacto com o Ministério da Defesa e que o país continua confiante nos planos que tem para aquilo a que chama de "operação especial" na Ucrânia.
As declarações foram feitas à televisão estatal russa, numa entrevista ao correspondente do Kremlin Pavel Zarubin, que vai ser emitida na íntegra este domingo.
Na entrevista, citada pela agência Reuters, o líder russo admite que a "operação militar especial" na Ucrânia é a sua prioridade: "Eu começo e termino o meu dia com isto."
Putin adianta ainda que vai participar num regular encontro do Conselho de Segurança do país, na próxima semana. A data certa do encontro não foi esclarecida.
A entrevista, previamente gravada, é emitida um dia após a Rússia sofrer uma rebelião militar às mãos do grupo paramilitar Wagner.
A revolta, que começou na madrugada de sábado, terminou no mesmo dia, com o líder dos mercenários, Yevgeny Prigozhin, a chegar a acordo com o Kremlin.
Serviços secretos dos EUA sabiam que Prigozhin estava a planear ação armada na Rússia
Os serviços secretos dos Estados Unidos da América sabiam, desde meados de junho, que o líder do grupo paramilitar Wagner estaria a planear uma ação contra a liderança militar russa.
A informação é avançada pelo jornal Washington Post, que cita fonte anónima das autoridades norte-americanas. Nas duas últimas semanas, houve grandes dúvidas sobre o que aconteceria ao poder de Vladimir Putin.
O jornal avança ainda que os serviços secretos informaram a Casa Branca e outras agências governamentais, de modo a não serem apanhados desprevenidos.
A exata natureza e data dos planos de Prigozhin não eram claros até à madrugada de sexta-feira passada, quando o grupo Wagner anunciou uma revolta militar na Rússia.
Entretanto, o grupo paramilitar Wagner já abandonou a cidade de Rostov, na Rússia, tomada na madrugada passada durante a rebelião histórica contra o Presidente russo.