Cinco dias depois de ter anunciado o lançamento de uma contraofensiva, a Ucrânia admite agora que está a ter dificuldades em travar a "superioridade aérea e de artilharia" da Rússia. A partir de Bruxelas, onde decorre a cimeira da NATO, os EUA não escondem os desafios, mas lembram que a guerra "é uma maratona e não um sprint".
Estava a ser preparada há meses. Foi anunciada no sábado, mas não estará a produzir os efeitos esperados. A Ucrânia reivindica avanços na contraofensiva, mas reconhece que as forças russas estão a oferecer uma "forte resistência", sobretudo no sul do país.
A vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, disse que as forças de Kiev avançaram "mais de três quilómetros" nos últimos 10 dias, na zona de Bakhmut, no Leste.
No Sul, registou-se "um avanço gradual, mas definitivo", do exército ucraniano, apesar de "o inimigo estar a opor uma forte resistência", disse a vice-ministra da Defesa.
A contraofensiva está em curso, mas Kiev admite dificuldades em travar a artilharia e a aviação russas. Também a NATO não esconde os desafios, mas promete continuar ao lado da Ucrânia.
A Rússia afirmou, nos últimos dias, que destruiu 25% a 30% do armamento ocidental recebido pela Ucrânia e divulgou fotografias e vídeos de tanques norte-americanos e alemães danificados ou abandonados.
As informações sobre o curso da guerra reivindicadas por ucranianos e russos não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes. A única certeza é que, confrontadas com barreiras de minas e uma feroz artilharia, as forças ucranianas estão a sofrer perdas, como seria de esperar, enquanto tentam romper as linhas de defesa russas, referiu a AFP.
A partir de Bruxelas, onde decorre a reunião de ministros da Defesa da NATO, o secretário-geral da Aliança denuncia ainda a ameaça nuclear da Rússia e da Bielorrússia.
Esta quinta-feira, foram registados novos ataques a Odessa e à cidade natal de Volydmyr Zelensky, onde uma pessoa ficou ferida.
Já em Kherson uma criança perdeu a vida, depois de um bombardeamento da Ucrânia à região controlada pelas tropas russas.
A província de Donestsk, assim como Lugansk, Zaporíjia e Kherson integram o grupo de regiões que o Kremlin disse ter anexado. As quatro provincias serão, a 10 de setembro, palco de eleições para a escolha de novos governadores pró-Rússia. A decisão foi esta quinta-feira anunciada pelo regime de Vladimir Putin.