Guerra Rússia-Ucrânia

Ataque a Odessa “é uma clara retaliação russa ao que está a ser uma boa entrada ucraniana na contraofensiva”

A análise do comentador da SIC Germano Almeida aos últimos ataques russos e a capacidade que a Ucrânia está a ter na contraofensiva.

Germano Almeida

SIC Notícias

Na última noite Odessa foi alvo de ataque russo em que foram atingidos vários edifícios residenciais, um centro comercial e uma escola, fazendo pelo menos três mortos e vários feridos, mas o balanço ainda não está fechado.

O ataque a Odessa “é uma clara retaliação russa ao que está a ser aparentemente uma boa entrada ucraniana na contraofensiva”, considera Germano Almeida.

“Olhando para o modus operandi russo nestes quase 480 dias de guerra, percebemos que quando a Rússia se sente ameaçada e em dificuldades, bombardeia de forma mais intensa e, sobretudo, cidades mais significativas. Foi dramaticamente o caso desta madrugada com o porto de Odessa pelo menos 3 mortos e muitos feridos”.

Dois dos quatro mísseis lançados contra a cidade foram abatidos pelo sistema de defesa antiaérea ucraniana.

“Odessa é uma cidade muito importante, muito simbólica. Simboliza a incapacidade russa de chegar tão longe (…) e também simboliza a ameaça russa de, desta vez, sair mesmo do acordo dos cereais e Odessa é a cidade que simboliza esse acordo”.

Balanço do ataque russo a Kryvy Rih sobe para 11 mortos

Um ataque russo na terça-feira numa zona residencial da cidade natal do Presidente Volodymyr Zelensky atingiu um edifício residencial e causou pelo menos 11 mortos e 30 feridos, na província de Dnipropetrovsk.

"O ataque, há cerca de 24 horas a Kryvyi Rih já vai em 11 mortos. Nesse ataque foram lançados 14 mísseis, 10 foram intercetados e de 4 drones iranianos apenas um foi intercetado. Apesar da capacidade ucraniana de ter boas antiaéreas, a verdade é que continua a haver muitos que escapam e volta a haver mortes civis nestes ataques.

Zelensky apela por isso ao boicote e a novas sanções à Rússia e insiste na questão dos componentes de armamento.

Putin ameaça criar "zona sanitária" na Ucrânia

O Presidente russo estima que a Ucrânia terá perdido entre 25 e 30% dos veículos militares fornecidos pelo Ocidente durante a contraofensiva. Afirma ainda que se Kiev continuar com os ataques na fronteira, a Rússia será obrigada a criar o que chamou de "zona sanitária" no território do país vizinho.

“Significa que Putin se sentiu de facto ameaçado com as ações em Belgorod. (…) e é Putin também a querer mostrar que tem a capacidade de ser ele a definir uma espécie de zona em que os ucranianos não consigam avançar mais”.

Contraofensiva ucraniana a ganhar velocidade

A Ucrânia assegurou esta terça-feira que as suas forças armadas continuam a ganhar terreno, pouco depois de o Presidente russo ter dito que a Rússia está a 'esmagar' a contraofensiva ucraniana.

“Depois de um atraso nesse avanço e depois dessa situação que terá mudado muito nos planos, que foi a explosão da barragem de Kakhovka, numa zona em que, aparentemente a Ucrânia ía dar grande prioridade, que era Kherson Sul, Zaporíjia e o possível acesso à Crimeia (…) o que terá significado nesta fase da contraofensiva é que a Ucrânia está a concentrar forças no sul de Donetsk, na interceção com o Zaporíjia, onde nos últimos dias terá conquistado sete pequenas pequenas povoações. Ainda é pouco, mas é um primeiro sinal que a Ucrânia tem mesmo capacidade dessa reconquista”.

O Presidente ucraniano agradeceu aos soldados pelos últimos avanços no terreno e pediu mais sanções para a Rússia.


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