Numa conferência de imprensa em Sochi, na Rússia, esta sexta-feira, Vladimir Putin afirmou que a contraofensiva ucraniana já começou, ainda que as forças de Kiev não tenham atingido “nenhum resultado”.
"Podemos afirmar com certeza que esta ofensiva já começou. Isto é evidente pelo uso de reservas estratégicas do exército ucraniano", disse Putin.
O Presidente russo garante, no entanto, que “o exército ucraniano não atingiu os seus objetivos em nenhum setor - graças à coragem dos soldados russos e à sua organização”.
Vladimir Putin alegou que os confrontos têm sido muito intensos ao longo dos últimos cinco dias, mas sublinhou que “o inimigo não teve sucesso” em nenhuma das batalhas.
O Exército russo relatou nos últimos dias intensos combates no sul da Ucrânia, afirmando ter repelido diversos ataques ucranianos que seriam o prenúncio da vasta contraofensiva que está a ser preparada há vários meses pelo Estado-maior ucraniano.
As autoridades ucranianas, que possui modernos equipamentos ocidentais, parecem ter minimizado os combates, e a manter a reserva sobre a sua estratégia.
Segundo a vice-ministra ucraniana da Defesa, as forças de Kiev conduzem "operações de combate ativas" perto da devastada cidade de Bakhmut (leste) e "batalhas de posição" no sul, onde as tropas russas promovem "operações defensivas".
Na terça-feira, o Exército russo reconheceu a morte de 71 dos seus soldados nas operações destinadas a repelir os ataques ucranianos em toda a frente.
Hoje, Putin assegurou que as perdas ucranianas são "na ordem de três para um" em favor da Rússia.
Em paralelo, o Presidente russo anunciou o envio de armas nucleares para território da Bielorrússia a partir de 07 de julho.
"Tudo prossegue como previsto. Nos dias 7 e 8 de julho vão ser preparadas as instalações para este envio. Depois poderemos iniciar medidas para a obtenção de diversos tipos de armamento. Tudo está planeado", assegurou o líder do Kremlin.
Em 25 de março passado, Putin anunciou que, após um pedido da Bielorrússia, iria deslocar armas nucleares táticas para o país vizinho "seguindo o exemplo do Estados Unidos e seus aliados".
Indicou ainda que em 1 de julho estaria disponível uma instalação de armazenamento para armas nucleares em solo bielorrusso.
Moscovo já enviou para a Bielorrússia mísseis "Iskander", que podem transportar ogivas nucleares, para além de outro equipamento, em particular munições especiais.